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Coberturas para condomínios tendem a se expandir

Fonte: Valor Econômico 

Por Rejane Aguiar

As notícias de assaltos a condomínios já são corriqueiras no Brasil, mas sempre aumentam a sensação de insegurança e ajudam a impulsionar as vendas de sistemas de proteção e de coberturas adicionais de seguros. Hoje, soma-se a essa ameaça a percepção do risco relacionado a outros eventos, como impacto de queda de aeronaves e explosões de gás - foi vasto o noticiário sobre a queda, no ano passado, sobre prédios em Santos, do jatinho que matou o então candidato à Presidência Eduardo Campos, e sobre os casos de vazamento de gás que interditaram um conjunto de edifícios residenciais e um quarteirão inteiro no Rio de Janeiro. Eventos climáticos extremos agora também entram nesse cenário.

A lei, em vários textos, códigos e regulamentações, exige que todos os condomínios com Habite-se tenham cobertura de seguro e estabelece que é responsabilidade do síndico garantir a contratação da proteção. Ele pode ser pessoalmente chamado a arcar com eventuais prejuízos se não fizer uma apólice. A regra vale para condomínios residenciais e comerciais. "Como se trata de uma exigência legal que envolve comprometimento de bens pessoais, dificilmente encontramos um condomínio sem o seguro básico obrigatório. Nenhum síndico quer correr o risco de ser responsabilizado por omissão", afirma a gerente de produtos e parcerias da Lello Condomínios, Raquel Tomasini.

Para o mercado segurador, o grande filão, com bom potencial de expansão nos próximos anos, está nas coberturas adicionais. Em 2010, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) criou dois segmentos para os seguros de condomínios: o básico simples e o amplo. No básico, o condomínio contrata proteção contra incêndio, explosão e queda de raio dentro do terreno. As seguradoras podem, se quiser, oferecer adicionais, cobrando à parte, e as indenizações seguem limites estabelecidos na apólice (como exemplo genérico, até R$ 100 mil para perdas com incêndio, até R$ 50 mil para danos causados por raio). Já o segmento amplo permite a inclusão de muitas outras coberturas - e oferece indenização equivalente ao valor total do prejuízo.

"Nos esforçamos para mostrar aos condomínios que o pacote amplo é muito mais vantajoso. Dentro de uma mesma apólice é possível incluir proteções importantes que não estão no plano básico, como aquelas contra danos elétricos de equipamentos e alagamentos - duas ocorrências cada vez mais comuns no Brasil", diz o superintendente executivo de seguros tradicionais do Grupo BB e Mapfre, Danilo Silveira. Embora a contratação da apólice simples ainda seja majoritária, o grupo aposta no avanço da ampla, principalmente porque o valor do prêmio está cada vez mais competitivo.

"Quando a regra da Susep entrou em vigor, os síndicos até se interessavam pelo seguro amplo, mas se assustavam com o preço. A situação, nesse aspecto, melhorou muito", concorda a gerente da Lello Condomínios. Ela faz uma comparação: há cinco anos, se um condomínio com a cobertura básica pagasse R$ 1 mil por ano pelo seguro, teria de arcar com R$ 5 mil se optasse pela cobertura ampla. "Era difícil aprovar um aumento de custo tão grande em uma assembleia", recorda. Agora, já há seguros completos que custariam, no exemplo, R$ 2 mil.

A redução do valor do prêmio deu um impulso ao mercado. Segundo Raquel, da carteira de 1,8 mil condomínios clientes da Lello, 170 já optaram pela contratação do seguro amplo. "E esse número tem crescido a cada ano. Quanto mais surgem notícias de acidentes que antes pareciam muito improváveis, maior é o interesse dos síndicos e dos moradores", destaca.

O preço é mais alto, é verdade, mas os benefícios do seguro amplo são proporcionais ao prêmio. Se, por exemplo, um prédio com valor venal de R$ 10 milhões desabar, a modalidade ampla do seguro cobre a totalidade do prejuízo; se a apólice for básica, provavelmente vai indenizar apenas uma (muitas vezes pequena) parte do prejuízo. Neste último caso, os condôminos precisariam fazer um rateio para complementar a indenização - e a vantagem financeira da cobertura básica seria anulada.

O superintendente de ramos elementares da Porto Seguro, Jarbas Medeiros, ressalta a importância do papel do corretor também no caso do seguro de condomínios. "Ele pode orientar o síndico para que contrate as coberturas mais adequadas ao imóvel."



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