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Operadoras oferecem apólices para eletrônicos caros

Fonte: Valor Econômico

Por Inaldo Cristoni

A popularização dos dispositivos móveis fez surgir a necessidade de proteção contra os riscos inerentes ao seu uso e abriu caminho para que algumas seguradoras incluíssem a carteira de eletrônicos em seu portfólio de ofertas. A Porto Seguro e a QBE Brasil, por exemplo, atuam no ramo há oito anos, oferecendo cobertura a danos físicos e subtração de smartphones, tablets e notebooks.

O segmento de seguro para eletrônicos ainda é pouco representativo para os negócios das seguradoras, apesar do crescimento das vendas de aparelhos portáteis e da taxa de sinistralidade nos últimos anos. Responde por apenas 10% dos negócios da QBE Brasil, que comercializa uma média de 5 mil apólices por mês. O índice tende a se manter porque a companhia está ingressando na área de seguro de grandes riscos.

Para o segmento de eletrônicos, a QBE Brasil oferece uma apólice que cobre roubo e furto, com opção de cobertura para quebra acidental, que custa em torno de 20% a 25% do preço do aparelho, dependendo da região. Trata-se da modalidade mais contratada para smartphones e tablets. Há também o seguro de garantia estendida de um a quatro anos, pelo qual o usuário desembolsa de 12% a 14% do preço do dispositivo móvel, principalmente notebooks.

Faz parte dos planos da QBE Brasil intensificar a atuação na área. Uma das medidas previstas é aumentar as parcerias com o varejo, que funciona como principal canal de vendas da seguradora nessa área. "Quando compra um aparelho novo o usuário tem a opção de contratar um bilhete de seguro com validade de um ano", explica Raphael Alexander Swierczknski, CEO da seguradora, que mantém acordo com 15 redes varejistas.

O passo seguinte é o desenvolvimento de uma ferramenta para tornar mais fácil e rápido o processo de renovação do seguro, apesar de a grande maioria dos usuários trocar o aparelho sempre que surge no mercado um novo modelo de dispositivo com funcionalidades tecnológicas mais avançadas. Raphael revela que a seguradora estuda oferecer cobertura de smartphones utilizados como meio de pagamento, uma tendência que certamente aumentará o nível de exposição ao risco. "É algo embrionário, mas estamos pensando no tipo de proteção o usuário vai precisar no futuro", afirma.

De acordo com Raphael, o roubo de celulares cresceu mais de 50% desde o ano passado. Além da alta taxa de sinistralidade, outro problema é a incidência de fraudes. "Muitas vezes, o usuário perde o aparelho e diz que foi roubado para receber indenização. É uma prática que conseguimos identificar, mas controlar", afirma. Para ele, pelo menos 20% dos sinistros registrados na carteira de eletrônicos são decorrentes de fraude.

A Porto Seguros inclui a câmera fotográfica entre os aparelhos segurados e, além de danos físicos e subtração, oferece cobertura para viagens internacionais. "Há também garantia para dano elétrico", acrescenta Jarbas Medeiros, superintendente de ramos elementares da companhia. Outro segmento explorado é o corporativo, pois muitas empresas contratam seguros para os aparelhos utilizados como ferramenta de trabalho.

A procura é grande tanto por usuários domésticos quanto corporativos, principalmente para aparelhos mais caros. "Quem usa esses aparelhos sabe dos riscos a que estão expostos", diz Medeiros. A duração do seguro é de um ano e a renovação depende da percepção do usuário sobre a depreciação do aparelho.



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