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Bradesco procura sócio para seguros de grandes riscos


Fonte: O Financista

SÃO PAULO - O Bradesco está procurando um sócio para a sua carteira de seguros corporativos, que envolvem riscos milionários. O modelo que está sendo proposto é o da criação de uma nova empresa (joint venture), em que o Bradesco teria 49% do capital, e o novo sócio, 51%, segundo dois executivos ouvidos pelo O Financista e que olharam o negócio.

Essa empresa abarcaria a carteira de grandes riscos que hoje está dentro da Bradesco Auto/RE e tem cerca de R$ 400 milhões em receitas de prêmios de seguros por ano. Essa carteira é deficitária, mas interessa a companhias que querem ganhar escala e grandes clientes corporativos no país, como a Vale e a BRF. Desta forma, um sócio entraria com a expertise e o Bradesco com os clientes, segundo uma das fontes a par do assunto.

A Bradesco Seguros, grupo que reúne 4 seguradoras mais o negócio de empreendimentos imobiliários do Bradesco, chamou em junho as principais seguradoras multinacionais especialistas em riscos corporativos e que atuam no Brasil para apresentar o negócio. Entre elas a americana Ace, a alemã Allianz, a italiana Generali, a americana Liberty, a alemã HDI, a suíça Swiss Re e a japonesa Tokio Marine.

A mais cotada para levar o negócio é a Swiss Re, companhia que é tradicionalmente uma resseguradora - empresa que divide os grandes riscos com as seguradoras e os pulveriza pelo mundo repassando parte deles a outras resseguradoras. Nos últimos anos, porém, ela tem investido em participações em seguradoras. No Brasil, comprou a UBF (especializada em seguro garantia e agrícola) em 2010 e uma participação de 14,9% da SulAmérica em 2013. Michel Liès, presidente mundial da Swiss Re, esteve recentemente no Brasil para tratar do negócio, segundo uma fonte.

A HDI também poderia fechar o negócio por conta da parceria que tem com o HSBC no Brasil (comprado recentemente pelo Bradesco). A HDI tem um acordo de distribuição de seguros de automóveis no balcão do HSBC. O Bradesco, porém, distribui esse tipo de seguro de sua própria seguradora e pode desfazer essa parceria com o HSBC - ou mudar o seu escopo para a área de grandes riscos. A HDI atuava basicamente com seguros de carros no Brasil até o ano passado, quando trouxe a sua seguradora de grandes riscos, a HDI Gerling, para o país.

O negócio deve ser fechado ainda neste ano. A morte de Marco Antonio Rossi, presidente do Grupo Bradesco Seguros, não deve atrapalhar o andamento do negócio, segundo fontes. Rossi e Lúcio Flávio Condurú de Oliveira, presidente da Bradesco Vida e Previdência, foram vítimas da queda do jatinho em que viajam de Brasília para São Paulo na terça-feira passada. Randal Luiz Zanetti assumiu interinamente a presidência da Bradesco Seguros.

Rotina

A saída dos grandes bancos de varejo das atividades de seguros de grandes riscos tem sido uma tendência no Brasil. O Itaú vendeu em julho do ano passado a sua carteira de grandes para a Ace por R$ 1,5 bilhão. O Banco do Brasil atua nessa área em parceria com a espanhola Mapfre desde 2010. A seguradora brasileira SulAmérica também se focou no varejo e vendeu em maio deste ano a sua carteira de seguros corporativos para a francesa Axa, que voltou a operar no país no ano passado.

O Bradesco teria escolhido o modelo de parceria, e não de venda de toda a carteira como o Itaú, porque tem clientes nesta carteira das quais é acionista, como a Vale. Passar a gestão dessa carteira para outra seguradora poderia trazer um problemas de gestão para essas empresas caso o risco delas passasse a ser declinado por seu novo dono. Com um sócio, ainda que majoritário, o Bradesco ainda continuaria a ter participação nessas decisões.

Procurada, a Bradesco Seguros disse por meio de sua assessoria de imprensa que não comenta boatos ou especulações. A Swiss Re informou que tem como política não comentar rumores de mercado e a HDI disse que "prefere não falar sobre o assunto nesse momento".

O Bradesco divulgou comunicado ao mercado nesta segunda-feira (16) informando que desconhece as fontes das informações da Bloomberg e veiculadas pelo jornal Valor Econômico a respeito da venda da área de grandes riscos por cerca de R$ 800 milhões à Swiss Re. Também disse que "está continuamente analisando oportunidades de operações que estejam alinhadas com sua estratégia de negócios".

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