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Resultado financeiro encolhe e pressiona Porto Seguro

Fonte: Valor Econômico 

Por Felipe Marques e Daniela Machado

A Porto Seguro foi pega na contramão da volatilidade das taxas de juros e do câmbio no terceiro trimestre, o que junto com o mau desempenho da bolsa encolheram a rentabilidade das aplicações financeiras da seguradora. Sem poder contar com um resultado financeiro robusto e com uma desaceleração das receitas operacionais, a companhia teve queda nos lucros ante igual período do ano passado.

Com patrimônio líquido de R$ 9,8 bilhões, a carteira total de aplicações financeiras rendeu 1,85% no trimestre, o equivalente a 54% do CDI, bem abaixo da média histórica da companhia. Excluindo os recursos previdenciários, o retorno foi de 2,06%, ou 60% do CDI. Um ano antes, esses retornos eram de 134% e 92% do CDI, respectivamente. Ao todo, o resultado financeiro da seguradora foi de R$ 210,2 milhões, uma queda de 0,8% ante o mesmo trimestre de 2014.

Com um resultado financeiro mais modesto e uma desaceleração na venda de seguros de carros, principal linha de atuação da seguradora, o lucro líquido da Porto Seguro recuou 10,8%, para R$ 207,2 milhões, pelo critério que consolida os números de suas diversas marcas.

A baixa rentabilidade dos ativos financeiros no trimestre teve duas explicações, segundo Marcelo Picanço, diretor financeiro e de relações com investidores da Porto Seguro: a maior parte veio da atualização dos papéis prefixados na carteira a preços de mercados, como reflexo do salto dos juros futuros no período. Os título prefixados representam 29% das aplicações da seguradora, excluindo-se a previdência.

Outro efeito veio das aplicações em renda variável da seguradora, que representam 2,4% da carteira de investimentos. "Essa posição de 2% pode acabar representando algo relevante do lucro, dependendo do tamanho da desvalorização da bolsa. Foi o que aconteceu no trimestre", disse Picanço. Segundo ele, a seguradora não se desfez dessa posição, na medida em que ela visa o médio a longo prazo.

O desempenho operacional também foi mais fraco no terceiro trimestre, com a retomada do pagamento de Cofins neste ano. O índice combinado de seguros foi de 96,3%, ante 95,3% no mesmo período do ano passado. Este é um indicador de eficiência e, quanto menor, melhor.

No seguro de automóveis houve desaceleração nas receitas com prêmios em relação ao ritmo da primeira metade do ano, porém com melhora nas despesas com indenizações aos segurados. Os prêmios auferidos pelas marcas Porto Seguro, Azul e Itaú aumentaram 3,4%, para R$ 2,3 bilhões, enquanto a frota segurada cresceu 6,2%. "Não é a taxa de crescimento que gostaríamos, em especial com nossos custos crescendo acoplados à inflação", diz Picanço.

Segundo ele, houve um aumento da competição nesse segmento no terceiro trimestre, o que tem levado à redução de preços e pressão em margens. Ao mesmo tempo, a desaceleração da economia limita o crescimento da frota de veículo, impactando a venda de seguros.

A FPC Par Corretora de Seguros, que estreou na bolsa neste ano, também divulgou seus resultados trimestrais. O lucro de julho a setembro ajustado para despesas não recorrentes, foi de R$ 33,7 milhões, com aumento de 27,6% ante o mesmo período do ano passado.

O crescimento foi sustentado pela presença mais forte de produtos oferecidos por meio da Caixa Econômica Federal, com destaque para as receitas com venda de seguro habitacional, que cresceram 30,7%, para R$ 22,1 milhões no trimestre, e as com seguro prestamista (que cobre casos de inadimplência em crédito), que cresceram 135,7%, para R$ 14,4 milhões.



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