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Novo presidente da Fenaprevi busca modernização do setor

Fonte: Valor Econômico  

Claudio Belli/ValorFranco, novo presidente da Fenaprevi: "Criação do perfil de proponente qualificado vai gerar produtos sofisticados"

O novo presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), Edson Franco, também CEO de Vida e Previdência da Zurich para América Latina, tomou posse na semana passada, com mandato até 2019, em um momento no qual o setor mira um novo patamar de sofisticação de produtos a reboque da resolução nº 4.444 do Conselho Monetário nacional (CMN), publicada em novembro. A norma flexibilizou as regras de alocação dos fundos de previdência, além de criar a figura do investidor qualificado, que será detalhado pela Superintendência Nacional de Seguros (Susep). De acordo com Franco, "a previdência aberta já tem 20 anos e os produtos precisam ser modernizados".

Em duas décadas a previdência complementar aberta coleciona números invejáveis. Conforme dados da Fenaprevi, em 2015 o setor registrou crescimento de 18,7%, com aportes totais de R$ 95,6 bilhões. A captação líquida alcançou R$ 48,9 bilhões, resultado 22% superior ao de 2014. As reservas somam R$ 519 bilhões, com alta de 22,6% ante o ano anterior. A federação estima para este ano um crescimento de 15%. Nesse ritmo, a previdência aberta pode ultrapassar o estoque da poupança, atualmente em R$ 642 bilhões, já em 2017, caso a caderneta mantenha a atual sangria de recursos.

A nova gestão da Fenaprevi vai focar seu trabalho em três frentes: novos produtos, diversificação e capacitação dos canais de distribuição, além do aprimoramento do arcabouço tributário e regulatório do setor.

Uma das prioridades em termos de produtos, de acordo com Franco, é o plano "previdência saúde", também chamado de VGBL saúde, que permite usar os recursos acumulados em despesas com saúde. O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados e atualmente está em tramitação no Senado. O novo presidente da Fenaprevi também cita a criação de novas modalidades de "annuities" - produtos de renda oferecidos pela seguradoras. As annuities flexíveis, por exemplo, permitiriam ao cliente repensar a opção inicial e promover ajustes (para adequar o valor ao momento de vida). Já as variáveis possibilitariam proteção de renda com taxa de retorno variável, associada a cobertura de vida e benefício fiscal.

Um novo tipo de plano, conhecido como "Universal Life", que une seguro de vida e acumulação de recursos para o futuro já está, segundo Franco, em fase de audiência pública junto à Susep. "Hoje o cliente tem de combinar dois produtos, por exemplo, um VGBL e um seguro de vida a termo. Mas é preciso ter um ambiente regulatório que preveja esse tipo de produto", afirma.

A Fenaprevi prioriza no momento a colaboração com a Susep na definição do perfil de investidor qualificado para planos de previdência aberta. "A criação desse perfil vai gerar novos produtos mais sofisticados", pondera Franco. A figura do investidor qualificado, que teria conhecimento mais profundo do mercado, já existe na indústria de fundos tradicional e foi definida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como a pessoa física com patrimônio financeiro igual ou superior a R$ 1 milhão. Esse perfil tem acesso a aplicações de maior risco, mas com potencial de retorno elevado. No caso da previdência aberta, o presidente da Fenaprevi explica que a definição vai levar em conta o apetite de risco, mas também o momento de vida em que o indivíduo se encontra.

Na parte normativa, Franco aponta ainda como meta criar condições regulatórias e operacionais para incluir ativos estrangeiros nos portfólios. Uma das bandeiras que a Fenaprevi vai levantar é a de ampliar o direcionamento das carteiras para investimentos em empresas socialmente responsáveis (ESG, na sigla em inglês).


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