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Setor de seguros é resiliente à crise, diz novo presidente da CNseg

QFonte: CNseg

O novo presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Marcio Serôa de Araújo Coriolano, tomou posse ontem durante o 21º. Encontro Nacional de Líderes do Mercado de Seguros, na Bahia. Diante de uma plateia formada por autoridades do mercado, do Governo, parlamentares e executivos do setor, ele afirmou que, apesar de algumas carteiras sentirem os impactos diretos do ambiente macroeconômico do país, historicamente, o setor vem demonstrando resiliência aos ciclos econômicos, mantendo uma trajetória de crescimento sustentado. “O setor de seguros vem mantendo uma trajetória de crescimento consistente na casa de dois dígitos, acima, inclusive, do nível da economia brasileira em geral. Essa resiliência é reflexo do comportamento do brasileiro de priorizar a proteção de sua saúde e de seu patrimônio”, afirmou o executivo.


Coriolano destacou que, em 2015, o setor de seguros movimentou recursos da ordem de R$ 364 bilhões em prêmios e contribuições, com um crescimento nominal de 11,4%. Esse número, segundo ele, é duas vezes maior do que a indústria automobilística gera para a economia brasileira. “Mas tão importante quanto indicar o crescimento da movimentação de recursos, é mostrar a expressiva prestação de serviços à sociedade sob a forma de indenizações, pagamento de benefícios, resgates e sorteios de capitalização“, enfatizou, complementando que somente o segmento de saúde suplementar, que atende a mais de 72 milhões de beneficiários, indenizou cerca de 1 bilhão de procedimentos médicos de todas as naturezas.


Para o presidente da CNseg, diante de cenário atual da economia brasileira, é importante retomar a crença na retomada do desenvolvimento do país e na crescente evolução do setor de seguros como mola propulsora desse movimento. Nesse sentido, disse, é tempo de apresentar as contribuições e propostas de nosso mercado para ajudar a mitigar os efeitos da crise. “Sabemos e reconhecemos que viveremos, nos próximos anos, um período de dificuldades no cenário econômico brasileiro. Para nós, a crença no país significa, acima de tudo, atuar em parceria com os demais agentes do setor e do próprio Governo para buscar, com ações propositivas e pragmáticas, o fortalecimento que ajudará o Brasil a retomar o seu ciclo de prosperidade”, afirmou. Nessa linha, Coriolano anunciou que, entre as frentes de trabalho de sua gestão, no próximo triênio, serão priorizados temas como o esforço para a regulamentação de produtos como o seguro popular de automóvel e os híbridos PrevSaúde, o qual combina previdência privada com saúde suplementar, e o “Universal Life”, produto flexível que conjuga seguro de vida com acumulação. Marcio Coriolano, enfatizou ainda a importância da implementação do polo de resseguro no Rio de Janeiro, o qual se destina a trazer para o país novos negócios importantes desta atividade.


Em sua fala, o superintendente da Superintendência de Seguros Privados, Roberto Westenberger, ressaltou o crescimento de 1,24% do setor de seguros, em termos reais, no ano de 2015. Esse desempenho, segundo ele, confirma o movimento de resiliência do mercado. “O setor demora mais para sentir a profundidade da crise econômica que já se manifestou em outras áreas da economia”, frisou. Mas, a seu ver, esse comportamento não deve ser motivo de ufanismo nem de acomodação. O momento, segundo Westenberger, é de arregaçar as mangas. “O Brasil tem território, população, recursos naturais, democracia e o setor de seguros tem que fazer a sua parte. Vamos fazer mais esse ano. Temos toda uma conjuntura de produtos que estão a ponto de municiarem a nossa economia, como o seguro de longevidade dos fundos de pensão, acoplado ao resseguro, que pode trazer para o setor um faturamento estimado de R$ 20 bilhões de uma tacada só”, anunciou.


Roberto Westenberger destacou ainda o conjunto de ativos de R$ 800 bilhões gerados pelo setor de seguros, os quais superaram o do mercado previdência fechada. Nunca o setor de setor de seguros havia superado os ativos desse segmento. Há recursos que estarão à disposição e esse será um grande desafio para este ano e os que vierem a seguir: fazer com que essa indústria se transforme um investidor institucional ainda mais pronunciado.


Em sua fala, José Carlos Abrahão, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), afirmou que desempenho do setor de seguros mostra o crescimento da nossa sociedade. “O seguro saúde é um braço e uma liderança dentro da saúde suplementar e exemplo dentro das demais representações da saúde. O órgão regulador tem procurado transmitir transparência e previsibilidade nesse momento em que todos os brasileiros têm que fazer o seu dever de casa. Tenho pautado as nossas ações em um tripé: melhorar o acesso à saúde pela população, que esse acesso tenha qualidade e que venha com sustentabilidade não só econômico e financeira, mas com sustentabilidade social, que é o que a nossa sociedade deseja”, enfatizou.


Juliana Pereira, secretária da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon), a qual representou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na cerimônia, associou a imagem do seguro à confiança que os consumidores depositam nos produtos e serviços que o mercado oferece. “O nosso país hoje precisa, urgentemente, de compromissos e pactos. Os consumidores sofrem muito os impactos das situações adversas da economia. Nada mais correto neste momento do que estarmos juntos. Precisamos estabelecer uma agenda de confiança, de respeito e de compromissos para que tenhamos uma sociedade e relações econômicas e sociais mais equilibradas. Não tenho dúvida de que as lideranças do setor de seguros tem esse compromisso. Temos sempre mantido um diálogo aberto com o mercado. E, aqui, renovo esse compromisso”, destacou Juliana.


O presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeira (CNIF) e do Grupo Bradesco, Luiz Carlos Trabucco Capi, que também compôs a mesa de abertura da cerimônia de posse, foi enfático ao abordar a atual situação econômica do país: “Independentemente do momento difícil em que vive o Brasil, temos um grande objetivo. Ou nós paramos de piorar ou vamos piorar muito. O Brasil precisa ser a locomotiva de si mesmo, pois não pode mais esperar a locomotiva da China, que desacelera, ou mesmo europeia, claudicante, ou por outras locomotivas”, afirmou, acentuando que o seguro está nos eixos das preocupações. Quando nada sobra, sobra o seguro”, ressaltou.


Além de Marcio Coriolano, as federações ligadas à CNseg também empossaram novos presidentes. João Francisco Borges assumiu a Federação Nacional de Seguros Privados (FenSeg); Edson Luís Franco vai comandar a Federação Nacional de Previdência Privada (FenaPrevi); Solange Beatriz Palheiro Mendes, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde); e Marco Antonio da Silva Barros se manteve à frente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap).


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