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Riscos cibernéticos: um mercado promissor em breve

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Os riscos cibernéticos são uma ameaça concreta aos negócios em todo o mundo, mas ainda não são considerados pelos empresários brasileiros. Esta percepção, contudo, abre as portas para um mercado promissor nos próximos anos. A previsão é do novo Relatório Global de Impacto Cibernético 2015, publicado pela corretora de seguros e consultoria Aon.

O levantamento entrevistou 2.243 participantes de 37 países e concluiu que o cenário para os seguros cibernéticos no Brasil é potencialmente proeminente, tendo em vista a crescente demanda por segurança de dados nas operações online. “Em nosso estudo, apenas 19% das empresas no mundo todo contratam o seguro cibernético. Se considerarmos somente o Brasil, menos de 1% delas adquirem esse produto”, afirma Maurício Bandeira, gerente de Produtos Financeiros da Aon.

Segundo ele, essa diferença no ritmo de demanda dos mercados americano e brasileiro, aparentemente, tem relação direta com a legislação. Nos EUA, quando ocorre um vazamento de informação de clientes, por exemplo, as companhias americanas são obrigadas a fazer um disclosure, isto é, comunicar à mídia e toda a sua base sobre o caso para que se tomem as providências necessárias. Segundo o executivo, aqui no Brasil ainda não existe nenhuma obrigatoriedade legal, portanto, ainda é um mercado a ser explorado. “Atualmente, as empresas acabam sendo responsáveis por avaliar os requisitos na contratação de um seguro específico. Mas, muitas vezes, não estão aptas para qualificar a descrição dos riscos, e não têm conhecimento do prejuízo que uma falha causaria”, explica ele.

No levantamento, foi possível entender também que, embora 52% das empresas globais acreditem que a exposição ao risco cibernético aumentará nos próximos 24 meses, somado aos 37% que já sofreram riscos de segurança pelo menos uma vez nos últimos dois anos com impactos econômicos médios de US$ 2,1 milhões, os grupos colocam obstáculos à aquisição de seguro cibernético.

Algumas razões apontadas para declinar da compra: a cobertura é inadequada para a exposição (31%); os prêmios são caros (29%); apólices de propriedade e acidentes são suficientes (26%); há muitas exclusões, restrições e riscos não seguráveis (26%) e 23% dizem que a gerência executiva não vê valor neste seguro.

Ainda de acordo com o estudo, os participantes tiveram que estimar o maior prejuízo que poderiam ter em casos de danos à propriedade e riscos cibernéticos. Os números ficaram muito semelhantes, sendo US$ 648 milhões no primeiro caso e US$ 617 milhões no segundo. Mas, quando se trata de ruptura de negócios, as empresas estabeleceram valores maiores de prejuízo para o dano ligado às redes (cerca de US$ 207 milhões), mais do que o dobro quando comparado com perdas de propriedades (US$ 98 milhões).

Para Maurício Bandeira, a aquisição de seguro cibernético, atualmente no Brasil, ainda não é vista como um investimento para proteger dados vitais no futuro, mas o mercado já dá sinais de mudança “O mercado brasileiro está numa fase de conhecimento sobre esse seguro, pois mesmo multinacionais alocadas no país ainda conhecem pouco sobre o produto. Por isso, é necessário mostrar a quantificação dos riscos para que tenham real dimensão do problema no momento de tomada de decisão”, ressalta.

Perfil dos ataques

Segundo o estudo da Aon, os principais tipos de violações de dados ou falhas de segurança foram ataques cibernéticos que causaram ruptura dos negócios e da tecnologia de informação (48%), falhas em sistema ou processo de negócios que causaram interrupção nas operações empresariais (35%), negligência ou erros que resultaram em perda de dados confidenciais (30%) e ataques que resultaram o roubo de informações (29%). “A responsabilidade por dados de terceiros tem se tornado uma grande fonte de preocupação para as empresas. Por isso, com a cobertura de Responsabilidade Cibernética (Cyber Liability), custos com defesa judicial em casos de reclamação, violação de privacidade, perda ou corrupção de dados armazenados podem ser mitigados e evitar perdas financeiras quando ocorrem ataques Além disso, a cobertura de Restituição da Imagem Pessoal e Corporativa pode minimizar danos à reputação que tem valor incalculável”, finaliza o executivo.

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