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Estudo mantém País na relação de risco médio

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

O Brasil, por conta da crise política e do desempenho da economia, manteve a classificação de país com o risco político considerado médio, na nova edição do estudo ‘Mapa de Risco Político’ da consultoria e corretora de seguros norte- americana Aon, realizado em parceria com a Roubini Global Economics. “A atual situação tem aumentado os riscos em curto prazo, em particular os riscos não-políticos, porém, o País possui instituições robustas e grandes reservas de divisas, o que pode a médio prazo levar a uma certa recuperação”, diz o consultor de riscos políticos e investimentos no exterior da Aon Brasil, Keith Martin.

Na avaliação do executivo, a recessão, “uma das mais prolongadas de sua história”, tem exercido forte pressão sobre o País. “Os escândalos de corrupção feriram não só a imagem do governo, mas também afetaram a competitividade das empresas, principalmente no setor de construção pesada e infraestrutura, além de deixar o País mal preparado para enfrentar a baixa dos mercados das commodities”, analisa Martin. O consultor põe em destaque que esse cenário abre o que ele chama de “oportunidades para as empresas estrangeiras”, já que permite processos mais abertos e grandes possibilidades de fusões e aquisições com instituições brasileiras.

Clima de incertezas

Embora o cenário caminhe para uma retomada econômica, Keith Martin diz acreditar que a Olimpíada do Rio de Janeiro pode ser um divisor de águas. “De um lado existe a oportunidade de o País em se vender para atrair importantes negócios, na expectativa de uma melhora no ambiente de investimentos a médio e longo prazo. De outro, há chances de um aumento no risco político com possibilidade de protestos, manifestações e até mesmo violência política”, avalia Keith Martin.

Reforma na Argentina é desafio para o Brasil

O consultor de riscos políticos e investimentos no exterior da Aon Brasil, Keith Martin, lembra que outros países América Latina também estão vivendo um ano histórico, com desdobramentos que vão se estender ao longo dos próximos anos. “As eleições presidenciais na Argentina, as legislativas na Venezuela, a derrota  do referendum pró-Morales na Bolívia e a crise política no Brasil  mostram que há um grande desejo de mudança de rumo após mais de 12 anos de governos da esquerda, o que deve movimentar ainda mais a América Latina”, relata.

Contudo, ele observa que as atuais reformas na Argentina oferecem ao Brasil tanto uma oportunidade quanto um desafio. Segundo ele, da mesma forma que ficará mais fácil exportar para lá, a concorrência global por investimento estrangeiro direto (IED) ficará mais difícil. “Comparando o Brasil e a Argentina, o investidor pode ver mais potencial no país vizinho”, conjetura.

Mesmo que em curto prazo resulte em um cenário de incertezas, e particularmente na Venezuela existir um risco elevado de violência entre os apoiadores e oponentes do regime de esquerda, o consultor afirma que a
médio e longo prazo pode haver um ambiente mais favorável à iniciativa privada, mais segurança jurídica e regulamentar, e mais oportunidades de investimentos.

A pesquisa da Aon, que avaliou 162 países em 2015, apontou pela primeira vez nos últimos três anos mais reduções de riscos políticos do que índices elevados.

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