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Carros autônomos: o desafio das seguradoras nos próximos anos

Fonte: InsideSeg

Driveless Car, ou carros autônomos, são a promessa de grande inovação do mercado automobilístico para os próximos anos. Um estudo desenvolvido pela consultoria EY estima que em 2035 os carros autônomos corresponderão à 75% da venda de automóveis no mundo. Alguns especialistas dizem que é possível que até 2050 os carros autônomos façam parte do dia dia do cidadão comum. Fato é que os carros autônomos, mesmo que ainda não estejam sendo comercializados, já geram grandes discussões no meio econômico e político em âmbito mundial.

“Nossa indústria precisa agir rapidamente para garantir que os nossos produtos acompanhem o novo paradigma”. Paul Mang, da Aon Plc

Para as companhias de seguros, os carros capazes de se conduzirem sozinhos representam um grande desafio para os próximos anos. Isto ocorre pois a principal premissa do produto é a de conseguir converter a taxa de acidentes no trânsito a níveis baixíssimos, tornando-os mais seguros do que carros com motoristas, sempre sensíveis à erros humanos. Sobre o estudo da consultoria EY, Rene Martinez, sócio de consultoria para a indústria automobilística da EY, afirmou que: “Os benefícios do uso dos veículos autônomos em larga escala envolvem segurança, mobilidade e eficiência. No entanto, há ainda diversos desafios a serem superados, como tecnologia, regulação, custos e infraestrutura”.

Os impactos dos carros autônomos no ramo de seguro automóvel são diversos. Desde mudanças básicas na legislação, até temas mais complexos relacionados à comercialização e precificação – como as seguradoras poderão mensurar os riscos do condutor e quem responsabilizar em caso de sinistro. Um cenário pessimista prevê que os prêmios de seguro auto poderão sofrer grande queda, de quase 40%, quando houver a massificação dos carros autônomos. Por outro lado, grandes representantes da indústria de seguros consideram este um momento para se reinventar, como afirma Paul Mang, responsável pelo departamento analítico da Aon Plc, no portal o Observador. “Nossa indústria precisa agir rapidamente para garantir que os nossos produtos acompanhem o novo paradigma”. Especialistas no mercado acreditam em uma reconfiguração do ramo, com a oportunidade de abertura de uma nova linha de negócios.

As oportunidades do mercado de seguros

Um levantamento realizado pela Insurance.com nos Estados Unidos mostrou que dos entrevistados apenas 18% investiriam em um seguro para carros autônomos. No entanto, a estimativa aumenta consideravelmente quando há a possibilidade de redução dos valores do prêmio do seguro. Além disto, deve-se considerar ainda outros danos que os veículos podem ter além de colisões, como os causados por desastres naturais (tempestades, ventos, raios e inundações) e roubos.

“O fato de um carro ser autônomo não o isenta da necessidade de uma cobertura de seguro.” Luiz Pomarole, da FenSeg.

Ao adaptar as ofertas para a nova realidade que os carros autônomos trazem, algumas companhias de seguros do Reino Unido já oferecem apólices para veículos autônomos e parcialmente autônomos. A novidade é que, além da cobertura usual, também há cobertura contra mau funcionamento do sistema de direção do veículo, cobertura caso o veículo fique ‘offline’ aos satélites e outras tecnologias importantes para seu funcionamento, e ainda contra a invasão de hackers no sistema operacional do carro.

Mesmo que à longo prazo haja a possibilidade de menores valores dos prêmios de seguros devido à redução de acidentes no trânsito, isto pode reverter no aumento de contratação de seguros auto para outros tipos de cobertura específicos para carros autônomos. Nesse sentido, em entrevista à rádio CNseg, Luiz Pomarole, vice-presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), afirma que o seguro não perde a importância em carros autônomos. “O fato de um carro ser autônomo não o isenta da necessidade de uma cobertura de seguro. E os fatores mais importantes para precificar esse seguro vão continuar sendo a região onde ele está inserido e o próprio veículo, de acordo com a marca, o modelo e o patamar de preços em que ele se encaixa”.

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