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Seguradoras precisam dar celeridade aos processos

Fonte: Valor Econômico

Por Genilson Cezar | Para o Valor, de São Paulo

Um passo atrás dos bancos, as seguradoras brasileiras se preparam para a transformação digital em suas estruturas de processamento das informações sobre clientes, e discutem a implantação de metodologias avançadíssimas, já implantadas em companhias internacionais, como Amazon, Google, Netflix e Microsoft, que geram invejáveis lucros para as organizações. A maior preocupação é como chegar à frente de outros competidores, com produtos e serviços mais adequados ao desejo dos clientes, destaca Michael Wagner, especialista da Dell EMC, fornecedora global de infraestrutura de software, servidores, storage e tecnologias para datacenters.

Para ajudar as seguradoras a acelerar essa mudança, a Dell EMC aposta em uma nova metodologia de desenvolvimento de software, o DevOps, que apresentou durante o Ciab Febraban, realizado em São Paulo. Trata-se de uma metodologia que explora, basicamente, a comunicação, a criação de equipes colaborativas dentro das empresas e a sua integração com outros profissionais da área de TI. "O DevOps é uma cultura tecnológica que ajuda as organizações a compreender como desenvolver seus processos com mais agilidade e eficiência e entregar novos produtos e serviços aos clientes, aumentando a competitividade", explica Wagner.

Segundo ele, Google, Amazon, Facebook e Netflix, além de três grandes seguradoras globais utilizam práticas de DevOps para criar serviços e produtos, com agilidade e flexibilidade, por isso estão à frente dos concorrentes. "Precisamos aprender com a Amazon, por exemplo, que lança um novo código de software a cada 1,3 segundo", diz. "As grandes corporações criaram uma espécie de manual de operações, que mostra como entregar produtos ao mercado com alta velocidade. Essas lições precisam ser transmitidas às seguradoras, que hoje trabalham com ciclo médio de 47 dias para lançar aplicações de software", afirma.


Camilo Ciuffatelli, gerente de tecnologia da Tokio Marine, uma das maiores seguradoras do país, admite que o mercado brasileiro está bem atrás da área financeira na evolução para o mundo digital. Mas o setor pode se valer de muitas experiências dos bancos. "Temos que aperfeiçoar nosso legado de TI para responder com agilidade aos desafios do mercado com produtos mais eficientes", diz ele.

Luiz Ricardo Torniero, diretor comercial da Chubb Seguros, empresa de capital aberto que opera em 54 países, observa que as novas metodologias apontam para uma necessidade vital de mudança, especialmente quando os projetos levam até seis meses e o mercado muda às vezes em 15 dias. "Essa capacidade de entrega de produtos mais rapidamente é fundamental para estabelecer uma relação de confiança com os clientes", afirma.

Para Cristiano Barbieri, diretor de tecnologia e atendimento da SulAmérica, maior grupo segurador independente do Brasil, com mais de 7 milhões de clientes e receitas de R$ 16,8 bilhões em 2016, os avanços na transformação digital demonstram que estão maduros o suficiente para aplicabilidade em diversas frentes de atuação.

Especificamente no setor de seguros, essa transformação já é uma realidade, mas os desafios ainda são grandes por se tratar de um segmento regulado e com culturas organizacionais baseadas em processos tradicionais. "Na SulAmérica, há dois anos, temos concentrado nossos esforços na criação de produtos e serviços capazes de agilizar procedimentos e agregar ainda mais valor à experiência do cliente", diz. "Além disso, entendemos que a inovação no setor é ainda mais efetiva quando utilizados ciclos curtos de desenvolvimento de projetos e equipes preparadas tecnicamente."

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