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Consumidor acorda para plano de resgate em vida

Fonte: Valor Econômico

Por Paulo Vasconcellos | Para o Valor, do Rio


Marcio Magnaboschi: tendência de a companhia pagar indenização em vida para se tornar parceira dos segurados

Seguros de vida resgatáveis em vida não são novidade no mercado brasileiro, mas só agora começam a despertar maior interesse de consumidores que antes só davam prioridade a seguros de automóvel e viagem ou saúde.

A linha de produtos é variada com um apelo em comum: quem paga também pode se beneficiar em vez de deixar tudo para os herdeiros. Alguns benefícios são atrelados a doenças ou incapacidade física, mas as seguradoras também oferecem planos em que parte da reserva pode ser resgatada porque o segurado decidiu reduzir o valor da apólice ou porque apenas decidiu dar outro destino ao capital acumulado.

A Mongeral Aegon, um dos dez maiores grupos de seguro e previdência do mundo, registrou no ano passado um crescimento de 82% na venda de planos de seguro de vida resgatável em vida no Brasil. A seguradora tem a linha Vida Toda desde 2005, mas a procura aumentou nos últimos três anos. No plano Vida Inteira Resgatável, o segurado pode resgatar o valor acumulado já a partir do segundo ano de contribuição, mas só terá direito a 100% do que já pagou a partir do décimo ano.


Outra possibilidade é resgatar parcela do saldo. Se fica sem dinheiro para continuar pagando o plano original, pode usar a reserva para pagar uma apólice de seguro com valor menor. A vantagem se estende ao Whole Life, destinado à alta renda, com capital de R$ 1 milhão a R$ 25 milhões. Os dois produtos têm coberturas adicionais para 11 doenças, de câncer a infarto, e diária por internação de até R$ 1.000,00 por 365 dias. "Seguro que não retorna nada ao segurado é mais difícil de vender", diz Leonardo Lourenço, superintendente de marketing da Mongeral Aegon.

"O seguro de vida resgatável em vida tem público-alvo potencialmente interessante, mas depende da evolução da cultura de acúmulo de capital", diz Reinaldo Lovetro, diretor de produtos da Willis Towers Watson, uma das maiores corretoras de seguros do mundo e do Brasil. O incentivo mais esperado pelo mercado é o da regulamentação do Universal Life. O produto, que combina plano de acumulação (nos moldes do VGBL/PGBL) com o seguro de vida tradicional, foi aprovado pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) no fim do ano passado, mas ainda depende de regulamentação pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e da definição do ajuste tributário pela Receita Federal.

Empresas como a Mapfre procuraram se antecipar. Desde 2012, o braço brasileiro do grupo espanhol, que forma uma das maiores empresas de prestação de serviços nos mercados segurador, financeiro, de saúde e pesquisa do mundo, oferece o Bién Vivír. O plano tem mais de 10 mil apólices emitidas. O fundo de investimento exclusivo soma R$ 100 milhões em reservas nacionais. O seguro pode ser resgatado em vida a partir de 24 meses. Depois de dez anos de contribuição, quando terá acumulado pouco mais de R$ 175 mil, o segurado poderá resgatar mais de R$ 150 mil. O plano libera 50% da reserva, limitados a R$ 500 mil, em caso de doença terminal. "A penetração do seguro de vida é baixa no Brasil, mas quando se trata de um produto que beneficia o próprio contratante já tem um apelo diferenciado", afirma Maristela Gorayb, diretora da Mapfre Vida Resgatável e Previdência.

"Todo mundo prefere o seguro com indenização em vida porque ninguém gosta de investir na morte", diz Enrique de La Torre, diretor-geral de Vida do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre. O BB Seguro de Vida Completo, lançado no ano passado, inclui coberturas para morte natural ou acidental, invalidez permanente total ou parcial por acidente e diárias de internação hospitalar em caso de acidente. Uma indenização adicional, de 50% da cobertura de invalidez, prevê modificações arquitetônicas na casa do segurado para facilitar a mobilidade.

O produto oferece cobertura para diagnóstico de câncer e garante a indenização em qualquer tipo de câncer (exceto os do tipo pele não-melanoma e/ou carcinomas). O seguro educacional é contratado por instituições de ensino para cobrir as mensalidades por três a seis meses ou o ciclo inteiro de estudo de um aluno caso o responsável por ele morra ou até fique desempregado, cresceu 81,04% de janeiro a novembro de 2016, de acordo com FenaPrevi.

A americana Chubb agrega à apólice de seguro de vida corporativo o resgate para diagnósticos de câncer, acidente vascular cerebral, infarto e até transplante de órgãos. Os dias de internação hospitalar também são cobertos. "São coberturas e serviços voltados para funcionários de empresas, associações, cooperativas e entidades representativas", diz Dennys Rosini, diretor de vida da Chubb.

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