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Intermédica compra Cruzeiro do Sul

Fonte: Valor Econômico
Por Beth Koike | De São Paulo


Irlau Machado, presidente da NotreDame Intermédica: aquisição de hospitais é estratégia para reduzir custos


Após cancelar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), em julho, devido ao cenário macroeconômico, a NotreDame Intermédica anuncia uma nova aquisição. Trata-se do grupo Cruzeiro do Sul, de Osasco, em São Paulo.

Essa é a sétima operação de aquisição da NotreDame Intermédica desde que foi comprada pela gestora americana de private equity Bain Capital, em 2015, por cerca de R$ 2 bilhões.

Fundado há mais de 50 anos, o grupo Cruzeiro do Sul é formado por uma operadora de planos de saúde com 54 mil usuários e uma estrutura verticalizada com hospital, clínicas médicas e laboratório de medicina diagnóstica - esse é mesmo modelo criado pelo fundador da Intermédica, o médico Paulo Barbanti.

O formato verticalizado era muito criticado há cerca de dez anos, mas hoje é visto como um dos melhores caminhos para reduzir custo. "Aquirir hospitais é uma forma de controlar a cadeia de valor", disse Irlau Machado, presidente da NotreDame Intermédica. O grupo tem 17 hospitais em São Paulo e no Rio de Janeiro, 70 centros clínicos, 20 prontos-socorros e 11 maternidades.

Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a operadora de planos de saúde da Cruzeiro do Sul registrou no ano passado receita líquida de R$ 109,7 milhões, o que representa aumento de 10% em relação a 2015. No entanto, os custos médicos subiram numa proporção maior, de 13%, atingindo R$ 81,5 milhões. Com o descasamento entre receita e custos, e mais aumento de despesas administrativas e financeiras, o lucro líquido da operadora Cruzeiro do Sul caiu 68,8% para R$ 558 mil em 2016.

A NotreDame Intermédica, por sua vez, registrou uma elevação de 47% no lucro líquido, que somou R$ 85,7 milhões em 2016. Neste período, a receita avançou 41,3% para R$ 4,1 bilhões e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) teve alta de 39,2%, levando o indicador para quase R$ 500 milhões.

Ao contrário do setor que vem perdendo usuários de convênios médicos desde 2014, por causa do aumento na taxa de desemprego no país, a NotreDame Intermédica vem conquistando clientes seja porque muitas empresas trocaram por um convênio médico com menor custo e também devido à aquisição de operadoras concorrentes.

"A estratégia de crescer por meio de aquisições tem papel fundamental para que possamos sustentar um modelo de negócios que tem nos permitido oferecer planos de saúde até 20% mais baratos que os da concorrência", disse Machado. A NotreDame Intermédica tem 3,6 milhões de usuários de planos médico e dental.

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