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Vida tem alto potencial para deslanchar

Fonte: Valor Econômico
Por Denise Bueno | Para o Valor, de São Paulo


Nuno David: "O e-commerce da Mongeral Aegon registrou 184 mil simulações desde a sua criação até agosto"

O seguro de vida individual registrou de janeiro a julho deste ano alta de 26%. Edson Franco, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada (FenaPrevi), credita o crescimento a uma maior conscientização da população sobre os benefícios dos produtos disponíveis. "Mas ainda temos um enorme caminho a percorrer para preencher as lacunas de falta de proteção dos brasileiros", diz.

Jorge Nasser, diretor geral da Bradesco Vida e Previdência, dá uma dimensão do potencial. "Existe grande potencial para que o seguro de pessoas cresça no Brasil, partindo do princípio de que, dos clientes de seguros no país, apenas 17% possuem seguro de vida", diz ele, que está lançando até o fim do ano uma nova família de produtos resgatáveis, com valor mensal de R$ 79.

Apesar de o Brasil ser o 14° maior mercado do mundo em vida, é o 46° em consumo per capita do produto, com US$ 195, o que o coloca numa posição abaixo do Chile, com consumo per capita de US$ 393. A penetração do seguro de vida no PIB também é baixa. Apenas de 2%, enquanto a média mundial é de 3,5%. Sem considerar o VGBL, esse percentual cairia para um patamar menor do que 1%.


Com o uso da tecnologia é possível sofisticar o mapeamento de riscos e fazer ofertas sob medida para os clientes em diversos ciclos e situações da vida. Até pouco tempo atrás, o seguro era calculado apenas pela idade e com risco agravado se a pessoa fumasse. Hoje, as seguradoras se valem de informações que vão desde a genética até o CEP de moradia para calcular o custo do seguro. Também usam sensores que medem a frequência de atividades físicas, a qualidade do sono e o nível de estresse para ajudar o cliente a se cuidar e ter cada vez mais descontos na compra do produto.

As novidades têm conquistado os consumidores. O chefe de pesquisa global da RGA Reinsurance Company, Scott Rushing, menciona estudos sobre os principais fatores de risco. De acordo com os dados, pessoas que fumam terão, em média, dez anos a menos que os não fumantes, dependendo do tipo de tabaco: cigarro, charuto, cachimbo.

Outro dado interessante: a bebida alcóolica, risco normalmente avaliado pelos atuários, nem sempre é prejudicial. Realizada com 300 mil pessoas, a pesquisa aponta que o consumo leve de bebida alcóolica ajuda na prevenção da mortalidade por auxiliar nos casos de doenças cardiovasculares.

Além de preços mais acessíveis pela personalização dos produtos, a ampliação dos canais de distribuição favorece o crescimento das vendas. Há mais corretores interessados em vender seguro de vida e com isso as ofertas pela web se expandiram, chegando a um número cada vez maior de pessoas. Thaddeus Burr, responsável pelo desenvolvimento de negócios da LLGlobal Limra Loma, afirma que pesquisas mostram que, por mais que as pessoas busquem informações pelos canais digitais, de fato, preferem negociar com o agente. Ele afirma que o crescimento ao redor do mundo se deu pela forte presença do corretor, paralelamente ao impacto da era digital.

"Criar produtos digitais e sob medida tem ajudado a conquistar o consumidor, levando o seguro de vida a um status de importância semelhante ao que a previdência privada percorreu", diz Luciano Snel, CEO da Icatu. "Ter previdência e não ter seguro de vida é um planejamento pela metade".

A Prudential, uma das que mais crescem no seguro individual, está de olho nas mudanças da expectativa de vida do brasileiro. Lançou um seguro pioneiro que garante ao segurado uma antecipação de até 60% da indenização ainda em vida, na ocorrência de doenças pré-definidas. A solução, batizada de Vida Inteira Mais, protege o segurado por toda sua vida. Também estabeleceu novos limites de capital segurado que oferece aos seus clientes em caso de pagamento de benefício de morte coberta pelo seguro. A capacidade segurável máxima por vida da companhia aumentou em 66%, atingindo R$ 50 milhões.

Dar flexibilidade para o cliente montar o próprio produto também tem ajudado a difundir a cultura de seguros e aumentar as vendas, segundo a Mongeral Aegon. No portal da companhia, o cliente faz as próprias escolhas. O cliente decide qual cobertura principal quer e pode agregar cerca de uma dúzia de coberturas, como funeral, perda de renda, cesta básica entre outros. "O e-commerce da Mongeral Aegon registrou 184 mil simulações desde a sua criação até o mês de agosto", conta Nuno David, diretor de marketing. Até o fim de 2017, a Mongeral Aegon pretende finalizar os testes com a ferramenta de venda digital e iniciar a sua implementação em toda a sua força de vendas. "Estimamos chegar em 2018 com 90% do total das nossas vendas de forma 100% digital".

Raphael Carvalho, CEO da MetLife, destaca os produtos inovadores que o grupo, o maior no segmento de vida dos EUA, já trouxe para a América Latina. Um deles é a cobertura complementar para doenças graves, que possui cinco opções de planos. "O Plano Neurológico, por exemplo, oferece cobertura para derrame, danos cerebrais anatômicos, esclerose múltipla, doença de Parkinson e tumor cerebral benigno", cita, acrescentando que inclui apoio psicológico, segunda opinião médica internacional e acesso à rede de descontos MetLife.

A inovação agrada e viraliza na web. Diagnosticado com câncer de próstata aos 43 anos, dois anos depois Joércio Ribeiro recomenda o seguro de vida para todos. "Depois que vi a luta de um amigo para dar qualidade de vida ao pai na velhice, perdendo a maior parte do patrimônio, resolvi comprar uma apólice em caso de ficar inválido ou morrer. O corretor me fez ir além e comprar também a cobertura para doença grave. Foi a minha sorte e também da minha família. Sou eternamente grato", lembra.

Totalmente recuperado, Ribeiro conta nas redes sociais que a indenização recebida da Icatu pelo diagnóstico de doenças graves permitiu que ele buscasse um tratamento mais moderno, com cirurgia robótica, bem mais segura do que o velho e tradicional "corte no facão", que era o que tinha disponível em seu plano de saúde.

Dados da FenaPrevi sobre o mercado de seguros de pessoas, que inclui vida, acidentes pessoais, viagem, educacional, entre outras modalidades, revelam que as vendas chegaram a R$ 16,6 bilhões no primeiro semestre de 2017.

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