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Catástrofes naturais custam US$ 35 bilhões para o setor

Fonte: Valor Econômico
Por Oliver Ralph e Alistair Gray | Financial Times

Uma série de catástrofes naturais, desde o furacão Harvey nos EUA até terremotos no México, fizeram com que o setor de seguros registrasse um de seus anos mais onerosos já computados. As catástrofes subtraíram mais de US$ 35 bilhões dos lucros das seguradoras, de acordo com análise do "Financial Times" dos resultados do terceiro trimestre.

A Berkshire Hathaway, gerida pelo bilionário Warren Buffett, e a AIG estão entre as mais prejudicadas nos EUA, enquanto na Europa a Swiss Re e a Munich Re enfrentam grandes pedidos de indenização. O Lloyd's prevê desembolsar um total de US$ 4,5 bilhões em pedidos de indenização.

As seguradoras dizem que o custo final deverá ser maior e que deverá levar à elevação dos prêmios. Os seguros e resseguros comerciais tiveram problemas devido a anos de queda das taxas, uma vez que a capacidade excedente e a ausência de grandes pedidos de indenização se associaram para reduzir os preços.

"As perdas foram amplas, atingindo linhas de resseguro, seguro comercial e seguro pessoal", disse Kurt Karl, economista-chefe da Swiss Re. "Houve US$ 20 bilhões em perdas por catástrofes naturais em todo o setor no primeiro semestre. Os furacões Harvey, Irma e Maria, associados aos terremotos no México, vão criar cerca de US$ 95 bilhões em perdas cobertas por seguro."

No total, o setor enfrenta mais de US$ 110 bilhões em perdas cobertas por seguro decorrentes de catástrofes naturais. Só 2005 - quando o furacão Katrina atingiu os EUA - e 2011 - quando houve terremotos no Japão e na Nova Zelândia - foram mais onerosos.

A cifra de US$ 35 bilhões, extraída de relatórios das empresas, não inclui perdas de companhias de capital fechado ou de títulos vinculados a seguros, nos quais o capital do investidor é usado para cobrir diretamente o risco.

Embora se preveja que este ano será um ponto de inflexão para os prêmios, o mercado está dividido sobre até que ponto os aumentos de preços serão generalizados.

"A fixação de preços foi muito difícil nos últimos dois anos e, quando os preços estão muito baixos, às vésperas de um ano de grandes catástrofes naturais, tende-se a ver um aumento mais geral nos valores. Isso não se dará apenas em resseguro, mas também em seguro primário", firma Karl. As seguradoras certamente pretenderão adotar preços mais altos. Em teleconferência com analistas, Brian Duperreault, executivo-chefe da AIG, afirmou que "nossa meta é obter aumentos de dois dígitos em termos de risco corrigido".

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