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O que o seguro de viagem cobre (e o que não cobre também)

Fonte: The New York Times

Planejar as férias é bem legal: é um tal de fazer lista de roupas para levar e museus para visitar, a antecipação de poder relaxar e a certeza da diversão. Bem menos agradável é pensar em tudo o que pode dar horrivelmente errado.

Aquele voo para Londres pode atrasar, forçando-o a pernoitar em Boston; sua bagagem pode ir parar em Hong Kong enquanto você está a caminho de Tóquio; ao mergulhar com snorkel no litoral de Kauai, pode acabar trincando o tornozelo em uma rocha vulcânica.

O seguro de viagem existe para todas essas situações e muitas mais, mas não é necessariamente uma despesa obrigatória. Antes de decidir o que é e o que não é adequado para a sua viagem, é preciso levar em consideração vários fatores, desde o seu destino até a cobertura que talvez já tenha.

"Tipicamente, o seguro de viagem é um pagamento único que pode ser feito até 24 horas antes do embarque, mas que se apresenta de várias formas", define Matthew Barr, agente que trabalha no setor há mais de dez anos. Os dois tipos mais comuns são o da cobertura médica no exterior e de cancelamento da viagem, mas é possível encontrar os que cobrem perda de bagagem, sequestro e praticamente qualquer coisa que possa dar errado enquanto você viaja.

É claro que essas opções de nicho raramente são exigidas e não valem a pena na grande maioria das vezes. "Tem gente que compra de tudo, e se você se sente mais seguro se tiver um plano contra 'acidentes de voo', absolutamente, por favor compre o seu. A grande preocupação, entretanto, ao viajar para fora do país, deveria ser o que acontece quando tiver que usar o seguro-saúde", diz Barr.

A maioria dos pacotes padrão cobre a assistência médica emergencial, cancelamentos e atrasos. Algumas cláusulas incluem um extra aqui ali, como a cobertura da bagagem perdida. E mesmo que você nem pense em se ferir ou adoecer lá fora, é sempre bom cogitar a questão do cancelamento, principalmente se planejou um roteiro longo e caro. Os prêmios geralmente variam de 5-10 por cento do custo da viagem, ou seja, a cobertura daquela aventura de US$3 mil nas ilhas do Havaí deve ficar entre US$150 e US$300, o que é um preço relativamente baixo para se proteger de quaisquer conflitos de horários decorrentes de emergências. "A maioria dos planos dura a viagem toda ou até trinta dias, o que vier primeiro", diz Barr.

"Uma apólice que cubra cancelamentos não emergenciais é sempre mais cara, geralmente a diferença fica entre vinte e 50 por cento a mais", ensina Beth Godlin, presidente da companhia de seguros de viagem Aon Affinity Travel Practice. Além dos planos para uma única viagem, a maioria das companhias aéreas também oferece planos anuais para os viajantes frequentes que, segundo Barr, custam entre US$30 e US$90/ano.

Talvez você já tenha cobertura

Alguns planos de saúde podem cobri-lo enquanto estiver no exterior; se for esse o caso, você não precisa se preocupar em comprar mais nada. Dito isso, a cobertura varia dependendo do plano que tiver; verifique a descrição dos benefícios, geralmente à disposição na internet. Do contrário, pode ligar direto para a seguradora e perguntar. Tem apólices que só cobrem doenças específicas, outras não cobrem nenhuma. "Veja se seu plano de saúde básico cobre viagens internacionais; se não, é ele que você deve adquirir", diz Barr.

Até as seguradoras mais abrangentes excluem as doenças pré-existentes; algumas oferecem isenção para os viajantes que adquirirem o plano na "data do depósito da viagem" ou às vésperas dela, ou seja, no dia em que você reservou e/ou adquiriu itens e fez despesas para a viagem, como um voo, passeio ou hotel.

Digamos que esteja levando sua sofisticada câmera DSLR para tirar fotos, ou o laptop, caso tenha que fazer algum trabalho extra. A boa notícia é que a apólice de seguro residencial, seja de proprietário ou inquilino, pode cobrir esses itens enquanto estiver fora. Muitas das apólices incluem proteção fora de casa, o que garante a segurança dos seus pertences em qualquer lugar. No caso de roubo da máquina, talvez nem seja necessária a proteção do seguro de viagem.

Limites da proteção do cartão de crédito

Alguns cartões de crédito também oferecem uma ou outra forma de seguro. Por exemplo, o Chase Sapphire Preferred, popular entre os viajantes mais tarimbados, tem seguro contra cancelamento de até US$10 mil por viagem coberta, geralmente em caso de emergências como situações climáticas extremas ou ferimentos/lesões. O Citi Prestige Card vem com atraso de entrega de bagagem de até US$500/pessoa para o caso de sua mala não chegar até três horas após a sua aterrissagem.

Como regra geral, se você paga taxa de anuidade, há grandes chances de que inclua algum tipo de cobertura de viagem.

Só que há ressalvas. Para começar que seu cartão provavelmente não vem com a proteção "cancelamento por qualquer motivo". A maioria tem regras rígidas em relação ao reembolso desse tipo, por isso leia com bastante atenção a lista de benefícios que a administradora dispõe na internet, ou simplesmente ligue e pergunte. "Se o seu plano tiver uma cláusula dessas, então é preciso entender bem os termos. Uma porcentagem do valor pode ser devolvida em dinheiro ou crédito. Essas opções variam absurdamente", alerta Godlin.

Em outras palavras, talvez o seu cartão não ofereça a mesma cobertura que a do seguro contratado em separado. Pode ser que ele reembolse apenas os US$1.500 relativos às despesas de viagem, enquanto pode comprar um plano de terceiros para cobrir o valor integral da viagem. Muitos cartões também não pagam cuidados médicos emergenciais no exterior. Por fim, para gozar da cobertura, você tem que pagar a viagem com o cartão em questão, e a cobertura pode excluir a passagem que adquiriu com pontos de milhagem.

Sem dúvida, vale a pena dar uma espiada na apólice para ver se você está coberto ou não, mas preste atenção nesses buracos.

Mordomias extras de seguradoras independentes

Se você decidir comprar uma apólice separada, pode fazê-lo através de uma companhia independente (Allianz e Nationwide são as duas mais populares) ou diretamente da companhia aérea ou operadora que usou para reservar a viagem. E por que não aproveitar e tirar vantagem das mordomias que elas oferecem?

Muitas incluem algum tipo de serviço de concierge. "Pode ser assistência em caso de perda de passaporte, na procura da assistência médica adequada, ou na obtenção de informações de viagem no exterior", enumera Godlin. O concierge também pode ajudá-lo a reservar passeios e mesas de restaurante e planejar o transporte de e para o aeroporto.

E aqui vale repetir que grande parte dos planos padrão cobre atraso de bagagem e de voo; assim, se o seu avião para Londres ficar preso em Boston, o seguro pode cobrir os custos de hospedagem dessa noite. E se a companhia aérea perder sua bagagem, sua apólice pode reembolsar despesas como apetrechos de higiene pessoal ou roupas que quebram o galho enquanto espera as malas chegarem.

Se você teme se ferir ou ter que cancelar uma viagem cara, o seguro pode realmente valer a pena. O fato é que há grandes chances de ter algum tipo de cobertura oferecido pelo plano de assistência médica ou do cartão de crédito; se não tiver, lembre-se de que é um detalhe relativamente barato que pode acabar com as suas preocupações – e você pode se concentrar apenas na antecipação da diversão.

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