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IFC vai financiar obra em parceria com seguradoras


Fonte: Valor Econômico 
Por Silvia Rosa | De São Paulo
Silvia Costanti/Valor
Hector Gomez Ang, do IFC: pretendemos dobrar financiamento em infraestrutura

O International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para o setor privado, pretende trazer para o Brasil seu programa global de financiamento do setor de infraestrutura em parceria com seguradoras.

Lançado em 2013, o programa de cofinanciamento de carteira administrada pelo IFC (MCPP) tem como foco o empréstimo para mercados emergentes. O programa para infraestrutura (MCPP Infrastructure) conta com parceria com três seguradoras - Allianz, AXA e Prudencial - e levantou um total de US$ 1,6 bilhão, dos quais US$ 560 milhões já foram aprovados para 21 projetos em 12 países.

No Brasil, o banco está analisando dois projetos, sendo um em fase avançada, que devem ser os primeiros a receber recursos desse programa com as seguradoras. "Estamos em fase avançada de conversas para o financiamento de um projeto de infraestrutura do setor de energia e nossa expectativa é fechar essa operação ainda neste ano ou no primeiro trimestre do ano que vem", diz Hector Gomez Ang, gerente-geral do IFC no Brasil.

A carteira atual de investimentos em infraestrutura e recursos naturais do IFC no Brasil é de US$ 1 bilhão e a meta é dobrar esse volume, chegando a US$ 2 bilhões em três anos. "Atuamos tanto na parte de financiamento quanto na assessoria para estruturação dos projetos de infraestrutura, concessões, privatizações e Parcerias Público-Privadas [PPP]", afirma Ang.

Desde junho de 2002, o IFC Brasil já financiou 40 projetos de infraestrutura e recursos naturais por meio de 57 transações, que somaram US$ 3,1 bilhões, sendo US$ 2,1 bilhões com recursos próprios e cerca de US$ 1 bilhão de terceiros (incluindo a Asset Management Company, do IFC). Foram beneficiados diversos subsetores de infraestrutura, dentre eles: transporte e logística, água, saneamento e gestão de resíduos, geração e distribuição de energia, que somaram investimentos (Capex) de US$ 11 bilhões. Neste ano, por exemplo, o IFC concedeu um financiamento em reais com valor equivalente a US$ 200 milhões e prazo de 15 anos a Centrais Elétricas de Sergipe (Celse) para o desenvolvimento, construção e operação da usina termelétrica Porto de Sergipe.

Na parte de assessoria financeira a projetos de infraestrutura, o IFC participa do Programa de Fomento à Participação Privada em Infraestrutura (PFPP), criado em 2007 em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Por meio desse programa, o IFC já prestou assessoria técnica a governos no Brasil em dez operações envolvendo PPP.

O IFC assessorou a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) na estruturação de dois leilões de rodovias (um vencido pelo Pátria Investimentos e outro pela Arteris) e participou do leilão de concessão da BA-052 (BA), conhecida como a Estrada do Feijão, vencido pelo consórcio formado por Paviservice e SVC Construções.

A instituição também está trabalhando para o governo federal no projeto de concessão de quatro lotes de rodovias federais, que passam por cinco Estados, e para o governo de São Paulo no projeto de capitalização da Sabesp.

Segundo Ang, com a mudança na atuação do BNDES, que tende a ter um papel complementar ao do mercado de capitais, o financiamento a projetos de infraestrutura no Brasil deve migrar para uma nova fase, em busca do investidor externo. "Mas, para isso, temos que achar uma forma de mitigar o risco cambial para esses investidores", diz Ang.

Ele conta que outros países na América Latina, como Colômbia e Peru, conseguiram atrair recursos estrangeiros para financiar projetos de infraestrutura. "Não há uma solução única", diz, destacando que as medidas podem passar pelo aperfeiçoamento dos instrumentos financeiros para proteção contra a variação cambial. O grande desafio hoje para atrair o investidor estrangeiro é oferecer a possibilidade de se fazer um hedge cambial em prazos mais longos.

Além dos empréstimos bancários, o IFC avalia a possibilidade de participar de emissões de debêntures de infraestrutura de modo a incentivar o aumento da participação do mercado de capitais no financiamento desses projetos.

Os organismos multilaterais têm participado das emissões desses papéis, oferecendo garantias para essas operações. O BID, por exemplo, participou das emissões de debêntures de infraestrutura do complexo eólico Santa Vitória do Palmar (RS) e do projeto Pirapora Solar (MG), oferecendo garantias para os títulos.

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