Breaking News

IRB Brasil Re espera que medidas do novo governo impulsionem o setor

Fonte: DCI

Além das expectativas voltadas para a possibilidade de privatizações, retomada de obras de infraestrutura e de leilões de postos de petróleo, a companhia também aposta em Proagro e VGBL

As projeções para o novo governo trarão um crescimento significativo para o mercado ressegurador. Além da expectativa quanto ao andamento dos projetos de infraestrutura, a possibilidade de privatizações e outros projetos estão no radar do segmento.

As perspectivas foram trazidas pelos executivos do IRB Brasil Re em apresentação na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec), realizada ontem.

De acordo com o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da resseguradora, Fernando Passos, são cinco apostas do mercado que podem trazer um “aumento expressivo do faturamento”, nos resseguros.

“O primeiro ponto é a provável retomada dos projetos de infraestrutura que estão parados”, explicou.

Ele ponderou que, caso a medida se concretize, o principal produto a ser impulsionado seria o de risco de engenharia, o qual apesar de já ter sido uma linha “muito importante” para a resseguradora, teve uma “expressividade insignificante” em 2017 e também ao longo deste ano.

Segundo os últimos dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), por exemplo, os prêmios diretos das apólices de risco de engenharia recuaram 16,6% em setembro frente a igual mês de 2017, de R$ 32,6 milhões para R$ 27,2 milhões.

“Para a conclusão da maioria das obras paradas, falta de 20% a 30% de investimento e a compra do seguro de risco de engenharia só se dá pelo todo. A retomada desses projetos traz um enorme potencial de crescimento para além do simples aumento trazido pela melhora do PIB [Produto Interno Bruto]”, acrescentou Passos.

O vice-presidente do IRB ainda destacou, dentro dos planos de destaque para acontecer no próximo governo, tanto a possibilidade de privatizações como também o resultado da votação da cessão onerosa do pré-sal.

“As boas perspectivas são as retomadas dos leilões da ANP [Associação Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis] os quais, por si só, se falam em até R$ 100 bilhões de valor de outorga, o que provocaria um salto no volume de seguros relacionados à garantia de licitações”, diz.

Já sobre as privatizações, a expectativa diz respeito à quantidade maior de apólices de grandes riscos vendidas às empresas do setor privado.

“Dadas as contingências e limitações orçamentárias das empresas públicas, a possibilidade de privatizações é bastante animadora e otimista, uma vez que são empresas importantes que ou não compram seguros ou compram em volume bem inferior aos seus pares privados”, reforçou.

Além disso, outros dois pontos são trazidos por Passos.

O primeiro é a dinâmica dada por alguns tribunais em relação aos planos de previdência Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) – que permitem a escolha e a livre destinação dos recursos independente dos herdeiros legítimos.

“Isso tem sido um fator importantíssimo para impulsionar o seguro de vida de alta renda, que é extremamente dependente do resseguro”, comentou o vice-presidente.

A última questão levantada pelo executivo da IRB está relacionada às notícias do Proagro, que têm dado sinalizações na direção de ter um mercado privado de seguros e resseguros envolvidos no processo.

“Atualmente, os produtos são públicos e se isso de fato se concretizar, temos muito a contribuir para o programa”.

“São apostas que nos dão a expectativa de trazer um salto expressivo para o faturamento e para o volume de prêmios de resseguros do País”, completa.

Os últimos dados do IRB apontam que no acumulado do ano até setembro, os prêmios ganhos totalizaram R$ 3,369 bilhões, um aumento de 15,6% ante o mesmo intervalo de 2017 (R$ 2,913 bilhões).

Concorrência

Questionados sobre o ambiente competitivo do setor – que completa dez anos de abertura em 2018 –, os executivos do IRB ressaltam a evolução da resseguradora em termos de base de dados e tecnologia.

“O nosso pacote de soluções consegue atender bem as cerca de 95% a 98% de seguradoras multi-line que existem no Brasil e na América Latina. Graças ao nosso banco de dados, conseguimos verificar as linhas dessas companhias que não estão indo bem e transferir um know how que agrega valor”, alegou o presidente da resseguradora, José Carlos Cardoso.

“A competição é muito bem-vinda e não muda o nosso dia a dia”, completou.

Já Passos reforça que apesar de a competição ser saudável e “a mola que incentiva” a atuação da empresa, a companhia não dependerá dela para “performar bem” em 2019.

“Mesmo depois da abertura do mercado nós continuamos a ganhar share. A competição é salutar e nós torcemos para que outros players tenham interesse e apetite pelo Brasil”, concluiu o vice-presidente.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario