Breaking News

Economia compartilhada abre boas oportunidades

Fonte: Valor Econômico 
Divulgação
Paulo Moraes, da HDI: "É uma experiência nova, estamos na fase de testes"

A crescente popularidade dos aplicativos de mobilidade e hospedagem tem aberto novas oportunidades de negócios para as seguradoras. As ações até agora implantadas são tímidas e nem mesmo os usuários, em sua maioria, sabem que estão sendo protegidos por uma apólice. É o caso da locadora de patinetes elétricos Grin, que fechou acordo com a seguradora HDI para acidentes pessoais.

Lançado no início do ano nas 19 cidades em que a Grin atua, o seguro não possui franquia e cobre quedas, pequenas lesões e eventuais despesas médicas. "É uma experiência nova, ainda estamos na fase de testes", afirma Paulo Moraes, diretor de marketing da HDI.

O sistema é simples: por meio de um aplicativo, o usuário desbloqueia o patinete e, ao iniciar o passeio, a apólice entra em ação, encerrando-se no momento em que o veículo para em um dos pontos de estacionamento da Grin.

Em caso de sinistro, o usuário comunica a locadora, que aciona a seguradora. A HDI fechou ainda o contrato da frota da Grin, mas as coberturas não incluem furto e roubo, devido ao alto risco e a vulnerabilidade dos veículos, que ficam expostos nas vias públicas. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Grin afirma que "a segurança é uma prioridade e há a recomendação de se adotarem medidas de proteção, como uso de capacete, manter as duas mãos no guidão e ter mais de 18 anos".

A tendência é que o mercado se expanda nos próximos meses. Em janeiro, foi anunciada a fusão entre a Grin e a Yellow, nascendo deste casamento a Grow, que deverá ser a maior empresa de bikes e patinetes compartilhados da América Latina, com uma frota de 135 mil veículos em sete países, além de 1.000 funcionários, conforme comunicado quando do anúncio da operação. Lançada no ano passado em São Paulo, a Yellow atua em nove capitais e algumas cidades do interior paulista.

Desde julho, tanto as bicicletas como os usuários da Yellow estão amparados por uma apólice da seguradora Sompo, que cobre danos pessoais em situações que ocorram acidentes por falha mecânica das bicicletas, casos de um travamento do freio, quebra do pedal ou um problema na corrente. "Desenvolvemos o produto especificamente para o cliente. Ainda não tivemos registro de sinistros", diz João Carlos França de Mendonça, diretor de commercial lines da Sompo Brasil.

Para o corretor Alexandre Romero, sócio da Calcule Seguros, as perspectivas são promissoras. "As startups estão preocupadas em passar uma imagem e segurança", diz. Em breve, revela, há possibilidade ser lançado um seguro exclusivo para motoristas de aplicativos. "Já há seguradoras prospectando este nicho", diz.

Até o momento, a iniciativa mais sofisticada envolve a locadora de carros compartilhados MoObie e as seguradoras Liberty e Sul América, por meio de apólices fracionadas, ou seja, cada locação equivale a um contrato, que cobre acidentes pessoais, danos, furto e roubo. Pelo aplicativo, o interessado busca o carro de um proprietário e acertam o preço. "O seguro é o diferencial", afirma Tamy Lin, CEO da MoObie. Segundo Mario Cavlcante, diretor de massificados da Liberty, trata-se de um produto inédito no Brasil. "Pela flexibilidade da nossa plataforma, os sistemas das duas empresas estão interligados", diz.

As experiências não se resumem à mobilidade. Com foco nos modelos de hospedagem e compartilhamento de escritórios, algumas seguradoras já saíram na frente. Dentro do ramo de seguro empresarial, a SulAmérica lançou uma cobertura específica para coworking, que protege contra furto e roubo os equipamentos (como notebook) dos locatários enquanto estiverem ocupando o espaço. "Estamos em fase de maturação. É uma surpresa para o usuário", diz Lara Murta, superintendente de autos e massificados da SulAmérica, que acredita na consolidação do modelo de economia compartilhada, embora em ritmo mais lento do que em outros países.

Ainda não há no setor de hospedagem compartilhada um produto semelhante ao já aplicado nos carros. Na avaliação de profissionais do setor, a introdução de apólices fracionadas é mais complexa, devido à alta rotatividade dos hóspedes. No ano passado, a HDI lançou a cobertura "anfitrião" para o seguro residencial, visando atingir o cliente que utiliza aplicativos como o Airbnb.

A cobertura atua nos períodos específicos de locação em casos de danos causados pelo hóspede, como eletrodomésticos e móveis. Segundo Paulo Moraes, diretor de marketing, em casos de sinistro, o segurado entra em contato com a companhia, que, confirma a ocorrência com o aplicativo.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario