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Insurtechs aceleram negócios em seguros

Fonte: Valor Econômico 

Por Danylo Martins | Para o Valor, de São Paulo

Quando surgiram, as primeiras corretoras on-line e plataformas de comparação de preços eram encaradas com certo receio pelas seguradoras. Hoje, as empresas nascentes são vistas como fontes de colaboração e potencialização dos negócios.

"As seguradoras não podem se dar mais ao luxo de dedicar 10 ou 15 anos para desenvolver novos canais, novas capacidades ou especialidades em seguros", aponta Mariane Bottaro, diretora de estratégia, marketing e governança da Zurich Santander Seguros e Previdência. O desafio é como as duas pontas (insurtechs e seguradoras) se conectam, complementa Alex Körner, head de seguros do Santander Brasil e presidente da Comissão de Inteligência de Mercado da CNseg.

Apesar da rápida evolução nos últimos anos, o ecossistema de insurtechs no Brasil está aquém de outros países. Em abril, as startups somavam 86, segundo mapeamento feito pela Conexão Fintech - há um ano, eram 57. "Vemos as insurtechs no Brasil crescendo bastante e seguindo a tendência global, com muitos negócios ligados à desintermediação", analisa Roberto Ciccone, sócio responsável pelo setor de seguros da consultoria everis.

No mundo, existem 739 insurtechs que receberam, ao todo, US$ 16,7 bilhões em investimentos, conforme levantamento da consultoria. Até 2013, o volume de recursos aportado era incipiente e começou a crescer a partir de 2015 - movimento parecido com o das fintechs. Prova disso é que, entre 2016 e 2018, as insurtechs captaram US$ 11,2 bilhões, mais do que o dobro dos US$ 5,5 bilhões levantados entre 2010 e 2015.

Criada em 2016 por André Gregori, ex-sócio do BTG Pactual, a Thinkseg mudou seu posicionamento no mercado no ano passado, após comprar a corretora on-line Bidu. Hoje, o negócio funciona como um marketplace com três linhas de negócios. Na plataforma da corretora, em parceria com 19 seguradoras, são oferecidos seguros de automóvel, vida, residencial e viagem.

Outra frente de atuação é o seguro "pay per use" (pague pelo uso), modelo que acompanha a tendência de serviços como Netflix e Spotify. Neste mês, a startup anunciou parceria com a seguradora italiana Generali para lançar um produto de automóveis por assinatura. Com valor médio de R$ 94, a precificação do produto tem uma variável conforme o uso do veículo (combinação de quilometragem rodada com a forma de condução do segurado). "Com isso, a gente consegue excluir a cobrança quando o carro está parado, por exemplo", afirma Gregori.

A terceira linha de negócios, lançada no fim do ano passado, funciona como uma espécie de loja on-line para empresas parceiras que desejem ofertar seguros a seus clientes. A plataforma é montada pela startup conforme o perfil do cliente dos parceiros - atualmente, são mais de 20, entre eles, varejistas, clubes de futebol e empresas de mídia.

A Pier oferece seguro para smartphones, em parceria com a Too Seguros , com planos que podem ser contratados para diferentes períodos e mensalidades que variam conforme o aparelho.

Fundada 2018 pelos engenheiros Igor Mascarenhas, Lucas Prado e Rafael Oliveira, a startup começou focada em seguro para iPhone, mas planeja expandir a oferta, em julho, para celulares com sistema operacional Android, o que significa uma base cerca de 20 vezes maior, segundo Igor Mascarenhas, CEO da Pier e ex-diretor de investimentos da aceleradora Startup Farm. "Estamos em um momento de expansão. Já passamos de 5 mil membros", conta. A meta é atingir 40 mil até o fim do ano.

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