Chubb analisa pedido de Bendine para receber R$ 1,8 milhão de seguro
SÃO PAULO - A seguradora Chubb está no meio de uma disputa entre o Banco do Brasil e o ex-presidente da instituição financeira Aldemir Bendine. O executivo solicitou ao banco o pagamento de uma indenização de R$ 1,8 milhão referente a um seguro de responsabilidade civil de executivos (D&O), contratado para custear as despesas de processos que envolvem o alto escalão das empresas.
O executivo foi preso na 42ª fase da Operação Lava-Jato, em julho do ano passado, com suspeitas de recebimento de propina da construtora Odebrecht. Em março deste ano, foi condenado a 11 anos de prisão, em primeira instância, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Questionado sobre a solicitação do executivo, o BB diz que “análises sobre pedidos de acionamento de seguros D&O são de responsabilidade exclusiva da empresa seguradora contratada”.
No Diário Oficial da União de 2015, consta a renovação da apólice do BB com a seguradora do Itaú. Mas, àquela época, o banco tinha vendido a carteira para a seguradora Ace, que dois anos mais tarde comprou a Chubb, adotando no país o nome da empresa adquirida. Dessa forma, a carteira, que era do Itaú, foi transmitida à Chubb.
Segundo apurou o Valor, a seguradora pediu informações adicionais ao executivo para saber se ele terá direito ou não à apólice — procurada, a empresa não quis comentar o caso. No entanto, processos movidos por corrupção não costumam ser cobertos pela apólice de D&O, o que significa que há poucas chances de o executivo conseguir acessar os valores.
O BB oferece a apólice desde 2007 para dar conforto aos administradores para gerir a instituição sem o risco de ações judiciais. A cobertura abrange ex-dirigentes, sem prazo de validade.
Bendine ingressou no Banco do Brasil em 1978 e teve passagens pela diretoria de Cartões, Varejo e Novos Negócios até se tornar presidente em 2009, cargo que ocupou até 2015. Em fevereiro daquele ano, ele foi nomeado presidente da Petrobras, cargo ocupado até maio de 2016.
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