Petróleo: Setor de seguros perde dinheiro com distribuição
Seguradoras conseguiram reverter perdas com os apólices de risco de petróleo “upstream”, que inclui atividades de extração, desenvolvimento e exploração
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Estudo realizado pela corretora Marsh com exclusividade ao Valor revela que em todo o mundo as seguradoras conseguiram reverter as perdas com as apólices de risco de petróleo “upstream”, que inclui as atividades de extração, desenvolvimento e exploração. No entanto, quando considerados os negócios “downstream”, que abrangem transporte, distribuição e comercialização dos derivados de petróleo, as seguradoras ainda estão no prejuízo.
Os dados mostram que, em 2015, o volume de prêmios de seguros de risco de petróleo “upstream” estava em US$ 2 bilhões, enquanto as perdas globais representaram o dobro. Com o passar do tempo, os prêmios caíram, mas a queda foi ainda mais intensa nos sinistros. Para se ter ideia, em 2018, os prêmios da modalidade alcançaram US$ 1,25 bilhão enquanto as perdas, US$ 1 bilhão.
Segundo Wellington Zanardi, diretor das áreas de grandes indústrias e energia da corretora Marsh, nos anos de 2015, 2016 e 2017, a desvalorização nos preços do petróleo levou alguns participantes a reduzir a produção para alavancar a cotação da commodity, um movimento que acabou por diminuir as taxas de prêmios de seguros.
“Houve um volume menor de ativos segurados ou as petroleiras passaram a reter mais o risco, apresentando, por exemplo, franquias para as seguradoras”, explicou o executivo. “Dessa forma, houve redução das perdas para as seguradoras, que acabaram bancadas pelas franquias das empresas.” Segundo Zanardi, a expectativa para 2019 é de crescimento de 5% no volume de prêmios de risco de petróleo “upstream”, ante o mesmo período do ano anterior.
Já no mercado “downstream”, a realidade é oposta. Os dados da Marsh mostram perdas em quatro dos últimos cinco anos. A maior diferença foi vista em 2018, quando os prêmios somaram US$ 1,75 bilhão e as perdas, US$ 4 bilhões.
“Há grandes perdas no mercado que mostram uma fragilidade no momento de subscrição, que o mercado tem atacado neste ano com aumento de preços aos clientes”, afirmou Zenardi. Segundo o executivo, há resseguradores repassando entre 25% e 30% de aumento das taxas para clientes sem sinistros - para aqueles que já tiveram algum episódio, o valor do prêmio chega a dobrar no momento da renovação.
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