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AIG, agora com o nome Chartis, volta a investir no País

Fonte: O Estado de São Paulo

Objetivo da companhia é disputar contratos de petróleo, energia elétrica, garantia a grandes projetos, navios e aviação

A AIG, que era a maior seguradora do mundo e quebrou com a crise financeira de 2008, se reestruturou e resolveu apostar no mercado brasileiro. O grupo, agora com o nome Chartis, está investindo mais R$ 54 milhões no País para disputar contratos de petróleo, energia elétrica, garantia a grandes projetos, navios e aviação.

No fim do ano passado, a companhia já havia aportado R$ 70 milhões por aqui. Agora, vai começar a vender seguros no varejo, com apólices para automóveis, proteção ao crédito e acidentes pessoais. Nos próximos meses, vai contratar mais 40 executivos e abrir escritório no Rio de Janeiro, disse à Agência Estado o presidente da Chartis, Guillermo León.

Desde 1997, a AIG operava no Brasil por meio de uma joint venture com o Unibanco. Em 2008, a seguradora americana precisou ser socorrida pelo governo dos Estados Unidos por causa das perdas com a crise financeira mundial. Teve início uma reestruturação global da empresa. No Brasil, o Unibanco comprou a fatia da AIG na sociedade por US$ 805 milhões em novembro de 2008. O grupo, porém, continuou com licença para operar no País na Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Reestruturação. A decisão da AIG, tomada no ano passado, foi reativar essa empresa, que não era operacional. Com isso, começou a operar do zero com um escritório em São Paulo. Em 2009, em meio à reestruturação global, a AIG separou suas operações e a de seguros gerais passou a se chamar AIU. No mesmo ano, houve nova mudança de nome, desta vez para Chartis. No Brasil, a Susep aprovou em abril deste ano a mudança do nome e um aumento de capital.

O foco do grupo no País sempre foi a área de grandes riscos, com apólices voltadas para empresas e que protegem operações como a construção de usinas hidrelétricas, instalações industriais e concessões rodoviárias. Ainda com o Unibanco, participou da apólice das usinas hidrelétricas do Rio Madeira.

A nova estratégia é focada no varejo. Segundo León, no segmento automotivo a ideia é buscar nichos, como carros de luxo. Esse segmento é o mais competitivo do mercado brasileiro de seguros e é dominado por Porto Seguro, Bradesco e Banco do Brasil - que se associou à Mapfre.

A expectativa da Chartis é começar a operar no segmento em 2011. Por enquanto, a empresa faz testes com produtos e sistemas e está contratando executivos. Já foram contratadas 105 pessoas para trabalhar no escritório em São Paulo. "Precisamos ter uma estrutura maior para trabalhar no varejo" diz León. Com a falta de executivos no mercado de seguros, por conta do aquecimento do setor, o grupo está procurando profissionais também nas universidades.

Grandes riscos. A Chartis também trouxe ao Brasil sua resseguradora, a American Home. Até agora, essa unidade tinha apenas um escritório de representação. Mas também nessa área os investimentos estão sendo reforçados. O grupo vai investir mais US$ 50 milhões para abrir uma empresa local, competindo diretamente com o IRB-Brasil Re, resseguradora do governo brasileiro. A American Home participou do contrato bilionário de todas as operações da Petrobrás no País, fechado no começo do ano e liderado pela seguradora do Itaú. O resseguro é uma espécie de seguro do seguro, contrato usado para diluir os riscos em grandes contratos entre várias resseguradoras. Entre as obras de infraestrutura, a Chartis e a American Home estão interessada em participar do contrato da usina de Belo Monte.

No mundo, a Chartis tem operações em 160 países e mais de 40 milhões de clientes. O faturamento em 2009 foi de US$ 40 bilhões.


PARA LEMBRAR

Seguradora foi ''socorrida'' durante a crise

Em 16 de setembro de 2008, um dia após a quebra do Lehman Brothers, a seguradora AIG foi socorrida pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Ao todo, a seguradora consumiu US$ 182 bilhões dos cofres públicos do país. O governo norte-americano argumentou que, caso a seguradora não tivesse recebido ajuda, a economia poderia ter sofrido um "efeito cascata" devastador. Para o secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, uma eventual quebra da AIG afetaria diversas outras empresas - como efeito, o desemprego americano, hoje em torno de 10%, poderia ter atingido cerca de 25%.

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