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Foco em petróleo e gás

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

A Zurich Brasil Seguros, empresa controlada pelo tradicional grupo segurador suíço Zurich, está focada em prospectar contratos na área de petróleo e gás natural no País. Para isso, a empresa, que já atua como uma das seguradoras da Petrobras, formou no mês passado uma equipe dedicada exclusivamente à área. O objetivo é atuar não somente com as empresas que vão explorar o pré-sal, mas também com toda a cadeia produtiva do setor.

De acordo com o diretor de Seguros Patrimoniais da Zurich, Luciano Calabró Calheiros, além da área de petróleo, a Zurich está interessada em participar dos grandes projetos de infraestrutura programados para o País, como a hidrelétrica de Belo Monte, os estádios para a Copa do Mundo de 2014, os equipamentos esportivos para as Olimpíadas de 2016, o trembala que ligará Rio a São Paulo, as obras de modernização dos portos, entre outros. A empresa, inclusive, é uma das seguradoras das três maiores hidrelétricas em construção no Brasil - Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), e Estreito, no Rio Tocantins (TO).

As boas perspectivas da indústria e da economia, somadas ao fato de a Zurich ter mais de 25 anos de experiência no País, fazem com que o Brasil seja o principal alvo da companhia entre os países emergentes, segundo Calheiros. A Zurich Brasil Seguros faturou R$ 760 milhões em 2009 e a meta para este ano, de acordo com o executivo, é crescer 30%. A empresa pretende ainda dobrar de tamanho em cinco anos.

"Com a quantidade de investimentos programados e a maneira como a economia brasileira se comporta, acreditamos ser possível atingir esse nível de crescimento", afirmou Calheiros.

Segundo Calheiros, a empresa passou os últimos três anos se estruturando para estar apta a participar do movimento de aumento de investimentos em infraestrutura pelo qual passa o País. A companhia investiu cerca de R$ 200 milhões em mão-de-obra e expansão orgânica de sua operação.

Em 2008, a Zurich adquiriu a seguradora Minas Brasil e abriu duas resseguradoras, uma admitida e outra eventual.

A seguradora admitida é aquela que possui escritório no Brasil, mas repassa parte dos riscos para fora do País. A eventual é aquela que opera, mas não tem escritórios no País. "Temos uma empresa pronta para fornecer seguro para todos os tipos de projeto esperados para o Brasil", garantiu Calheiros.

RESSEGUROS. Em geral, as seguradoras repassam parte do risco de seus contratos às resseguradoras.

Em projetos muito grandes, caso das hidrelétricas do Rio Madeira, por exemplo, por conta dos altos valores a serem segurados, é de praxe uma seguradora ou resseguradora dividir o risco com outras empresas do ramo.

"Dependendo do tamanho é impossível cobrir sozinho. Em obras do porte que estamos falando há necessidade de se repartir o risco." Mesmo afirmando que está com a empresa plenamente estruturada para o cenário atual, Calheiros não descartou a possibilidade de a companhia realizar aquisições no mercado interno, tanto de seguradoras quanto de resseguradoras.

No momento, informou, a empresa está atenta às oportunidades.

Em operações de aquisição, explicou, a matriz na Suíça faz o aporte de capital para a compra.

A Zurich pretende continuar a fornecer os tipos de seguro que as grandes obras demandam, como o garantia, que garante obrigações contratuais tanto em licitações como em obras; e seguro de risco de engenharia e de risco de transporte. Calheiros informou que no segundo semestre a Zurich lançará o seguro de responsabilidade civil e ambiental, que cobre acidentes ambientais causados por operações industriais. Assim como nas demais áreas, informou, a Zurich terá uma equipe dedicada exclusivamente para o tema.

MERCADO BRASILEIRO. Calheiros disse acreditar que não falta capacidade no mercado de resseguros de grandes riscos no Brasil, ao contrário do que tem sido sugerido pela indústria em geral. O que ocorre, afirmou, é que no momento, dois anos após a quebra do monopólio estatal do setor, as empresas estão se adaptando à nova realidade, onde o antigo Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) não tem mais a obrigação de assumir parte do risco de todos os contratos de resseguro no Brasil.

Calheiros avaliou que a extinção da reserva de mercado junto com mudanças naturais do setor, bastante castigado durante a crise financeira, faz com que as empresas sejam mais seletivas ao assumir riscos.

Ou seja, está mais difícil para os segurados fechar contratos de seguro, assim como está mais difícil para as resseguradoras repassar risco para outras empresas da área. De acordo com Calheiros, somado a isso há também o fato de o Brasil nunca ter tido tantos grandes projetos em pauta como agora. "Tudo isso contribui para a sensação de que falta capacidade no mercado, mas não é isso. Há capacidade, mas as empresas estão mais seletivas", afirmou.

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