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Swiss Re quer 10% do mercado de resseguros do país

Fonte: Valor Econômico

Segunda maior do setor no mundo, empresa ainda tem participação irrisória no Brasil

A resseguradora suiça Swiss Re, segunda maior do mundo, tem interesse e espaço no capital para ampliar a capacidade de resseguros de garantia de obras de infraestrutura no Brasil.

A afirmação é de Rolf Steiner, novo executivo responsável pelo mercado brasileiro da resseguradora, comentando a preocupação do governo brasileiro com uma possível falta de cobertura de seguros para projetos programados para os próximos anos.

Estamos interessados em todos os grandes projetos, desde que os parâmetros e as perspectivas sejam boas. Não temos limitações a priori, afirmou Steiner, referindo-se às obras do PAC e às voltadas para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016.

O Brasil é uma das menores operações internacionais da Swiss Re, empresa que fatura cerca de US$ 25 bilhões em prêmios emitidos em mais de 20 países. Em um mercado doméstico que já movimenta US$ 2,2 bilhões anuais em prêmios, a resseguradora faturou US$ 75 milhões em 2009, em contratos de resseguro agrícola, riscos de engenharia e riscos tradicionais (vida e propriedades). Steiner diz que a intenção é aumentar a participação para 10% em um prazo não especificado, e que o capital de investimentos da Swiss Re, de US$ 12 bilhões, está disponível para novos negócios no país.

Suíço, fluente em português e espanhol, Steiner é diretor comercial para todo o Cone Sul - Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Formado em Matemática pela Swiss Federal Institute of Technology, de Zurique, chegou à companhia em 1997 como atuário e ficou três anos no comando da operação de vida e saúde da Swiss Re Life, baseado na Argentina. Depois de passar pelas unidades da empresa em Roma (Itália) e Armonk (EUA), chegou em maio a São Paulo para o novo posto.

Segundo ele, existe disponibilidade de capital para cobertura de riscos não apenas na Swiss Re, mas em todo mundo porque o mercado de resseguros já se refez das perdas com a crise de 2008. Na verdade, relata, as seguradoras e resseguradoras teriam perdido cerca de 36% de capital que, com a alta das ações e títulos de dívida no ano passado, já foram recuperados.

Por esse motivo, nem mesmo as perdas estimadas com o grave acidente na plataforma de petróleo da da British Petroleum (BP) no Golfo do México ameaçam as contas das resseguradoras, diz Steiner. A Swiss Re calculou em pelo menos US$ 200 milhões sua perda individual com o vazamento de petróleo no Golfo, já que faz parte do consórcio de resseguradoras que tomou o risco da plataforma da BP que explodiu.

Números divulgados ontem pelo instituto de análises econômicas da Swiss Re, com sede na Suíça, mostrou que o mercado segurador mundial sofreu uma retração de 1,1% em 2009, ao movimentar US$ 4,066 bilhões em prêmios. Porém, houve um avanço positivo diante da queda de 3,6% registrada em 2008. Em outro estudo já divulgado, a Swiss Re faz um levantamento anual sobre as grandes catástrofes naturais e causadas pelo homem, com uma estimativa sobre os prejuízos financeiros causados por estes eventos.

Segundo Steiner, os terremotos no Chile e na China fizeram com que o volume de perdas financeiras do primeiro trimestre de 2010 tenha sido ligeiramente maior comparado com igual período de 2009. Foram sinistros importantes, mas ainda não se pode classificar como excepcionais (fora da média do período).

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