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Bradesco criará setor especial para atender fundos de classe

Fonte: DCI

SÃO PAULO - A Bradesco Seguros e Previdência estuda criar uma nova entidade, além da fundação Bradesco MultiPensions para administrar fundos instituídos de classe.

"Nós vamos entrar no segmento de instituídos. Estamos aprovando a criação dessa estrutura. Inicialmente vamos adotar uma outra entidade dentro da Bradesco Seguros e Previdência a partir do começo de 2011, não o MultiPensions", revelou o diretor executivo da Bradesco MultiPensions, Jair Lacerda.

O segmento, criado em 2002, parece ser uma das principais alternativas dos fundos de pensão multipatrocinados de buscar mais participantes para o sistema de previdência complementar fechada, estável na faixa de 2,6 milhão de contribuintes ativos.

De acordo com a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) os 450 fundos instituídos de classe já possuem R$ 800 milhões em ativos. Esses recursos são administrados por fundações multipatrocinadas e também por 26 entidades voltadas para as categorias profissionais.

"São várias as categorias que se organizam em associações: advogados, engenheiros, magistrados e jornalistas. Estamos falando de 100 mil novos participantes", revelou o superintendente da Previc, Ricardo Pena.

O diretor de Análise Técnica da Previc, Carlos de Paula, prevê que uma delas pode se tornar o maior fundo de pensão fechado do Brasil nos próximos anos. "O fundo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está espalhando os planos de previdência em todas as suas regionais", diz De Paula.

O diretor tem razão em relação ao potencial dessa classe. Segundo informações da própria OAB, a organização possui 700 mil advogados associados.

A fundação Bradesco MultiPensions percebeu esse potencial e o modelo. A Petros, outra fundação que evoluiu para o sistema multipatrocinado, também está agregando o plano Fenajprev, da categoria dos jornalistas profissionais.

"Os jornalistas profissionais do Rio de Janeiro e do Ceará estão mais avançados nesse processo e aderiram ao plano Fenajprev, gerido pela Petros. Em São Paulo, já estamos discutindo esse modelo de previdência", revelou o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, Guto Camargo.

Enquanto as categorias estão se organizando em torno do novo modelo de previdência, a Bradesco MultiPensions busca ampliar sua área de atuação conquistando mais empresas patrocinadoras. "Conquistamos 8 novos patrocinadores em 2010 e demos um salto em escala", revelou o diretor Jair Lacerda.

De fato, o MultiPensions saltou de 24 para 32 empresas patrocinadoras e viu o seu número de participantes avançar de 50 mil para 70 mil participantes ativos.

"Temos o desafio de preparar as empresas para um novo cenário de fartura com seus funcionários previdentes com o seu futuro", declarou o presidente do Grupo Bradesco Seguros e Previdência, Marco Antônio Rossi.

Em seu 3° Seminário MultiPensions, realizado ontem em São Paulo, a fundação debateu como as empresas podem reter talentos humanos através do benefício dos planos fechados de previdência. "A grande vantagem de um fundo multipatrocinado é que os custos de gestão são bem menores, o que o torna tão competitivo ou melhor que a previdência aberta para o funcionário", argumenta Lacerda.

O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Papel e Celulose (Bracelpa) e membro do conselho de administração da Klabin, Horácio Lafer Piva, concorda com a importância da formação de mão de obra qualificada e da retenção de talentos nas empresas. "O centro de gravidade do Brasil é o futuro. Eu tenho seguro e previdência e os valorizo. Falta mão de obra qualificada e até motorista para dirigir caminhão de madeira. Temos de responder a esse desafio", incentivou Lafer Piva os participantes.

O presidente do Conselho de Administração da Marisol, Vicente Donini, relatou a experiência de implantar a unidade industrial de Pacatuba (CE). "Tivemos de educar nossa força de trabalho de 2,1 mil colaboradores. Foi a única forma que encontramos de competir com os chineses em preço e assegurar a qualidade do produto brasileiro", contou.

Donini detalhou que a política de retenção dos talentos da Marisol trouxe resultados rápidos de eficiência e produtividade. "Criamos um clima organizacional de oportunidade de crescimento, reconhecimento da valorização humana e inserção social", declarou Donini.

Para Lafer Piva, as empresas terão de lidar com o avanço acelerado da ciência e da tecnologia. "12% do conhecimento surgiu nos últimos 7 anos. Nós ficamos mais ignorantes a cada minuto", provoca o ex-presidente da Fiesp.

Segundo informações colhidas após o evento, uma fonte próxima da Previc disse em tom informal que, em breve, uma grande montadora de automóveis deve anunciar a criação de um fundo de previdência complementar fechada para seus milhares de funcionários brasileiros.

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