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Forte em energia no exterior, Zurich monta área no país

Fonte: Brasil Econômico

Seguradora suíça tem capacidade de US$ 100 milhões por risco de óleo e gás ou geração e distribuição de energia elétrica

Só na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) está previsto R$ 1,092 trilhão em investimentos em energia, dos quais R$ 465,5 bilhões entre 2011 e 2014 e R$ 627,1 bilhões pós-2014. Tudo isso demandará bastante seguro, tanto na fase de construção quanto de operação. Para aproveitar essas oportunidades, a seguradora suíça Zurich acaba de abrir no Brasil a área de "energy", que cobre riscos de petróleo e gás e de geração e distribuição de energia elétrica.

"É um negócio que temos experiência lá fora, mas não atuávamos aqui por conta de o mercado de resseguro ser fechado", conta Pedro Purm, presidente da Zurich no Brasil. Até 2008, o governo, por meio do IRB, detinha o monopólio do mercado de resseguros - companhias com quem as seguradoras dividem parte dos riscos. O resseguro dá capacidade para a aceitação de riscos maiores, como os envolvidos na área de energia.

A maior parte das seguradoras especializadas em apólices para grandes riscos já havia montado ou reforçado suas áreas de energia, de olho nos grandes investimentos que estavam por vir.O passo da Zurich, agora, faz parte do movimento da seguradora desde a quebra do monopólio do resseguro no Brasil, diz o diretor de seguros patrimoniais da Zurich Seguros, Luciano Calheiros. "Com isso, passou a ser possível acessar a capacidade de ressseguro do grupo lá fora, de trazer novos produtos e se diferenciar do mercado", explica.

Até então, a seguradora fazia algumas apólices na área, mas apenas sob demanda de alguns clientes com quem a companhia já tinha relacionamento.

Para isso, porém, a seguradora aqui no Brasil precisava subscrever o risco na matriz e contratar capacidade de resseguro de forma facultativa, o que demandava mais tempo.

Para analisar o risco no Brasil, foi montada uma equipe dedicada à área, com um subscritor de risco sênior, um assistente e um engenheiro. Eles se reportam ao chefe da área para a América Latina, sediado em Buenos Aires, na Argentina.

Com a área montada no país, o processo de aceitação do risco ganha celeridade.

O que também dá velocidade ao processo é ter contratos automáticos com resseguradoras.

Nesses contratos, a seguradora tem um limite que pode usar de forma automática, sem a necessidade de aprovação da resseguradora.

Segundo Calheiros, com os contratos que a Zurich tem hoje, a empresa pode assumir até US$ 100 milhões por risco de energia.

Diferenciação

Calheiros conta que antes não era possível se diferenciar do mercado, já que tanto a capacidade quanto as condições de resseguro dadas ao mercado segurador era uma só: a do IRB.

"Revisamos os clausulados (termos e condições da apólice) usados na época do monopólio, incluindo dispositivos elaborados pela Zurich", diz Calheiros.

Ele exemplifica com a cláusula de lucro cessante da apólice de operação de geração de energia elétrica, que indeniza a perda de receita com uma ocorrência (sinistro) que esteja coberta pelo seguro. "Muitas apólices trazem características de risco industrial, em que no caso de um sinistro que interrompa a produção, há estoque. Já em energia, a receita vem de contrato de compra e venda de energia. Isso deveria refletir na ápolice", diz o diretor

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