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Cardif planeja replicar modelo de negócios brasileiro no mundo

Fonte: Brasil Econômico

Seguradora do BNP Paribas quer ampliar parcerias com varejo na Europa e na Ásia, como faz no Brasil

As particularidades do mercado de seguros brasileiro fez com que a operação da Cardif Brasil, a seguradora do grupo francês BNP Paribas, tivesse um jeito muito próprio de ser quando comparada às outras 40 operações da seguradora espalhadas pela Europa, Ásia e América Latina. Acostumada a fazer parcerias com bancos nesses lugares, aqui a maior parte dos parceiros que a Cardif tem para a distribuição de seguros são redes de varejo, pelo fato dos grandes bancos brasileiros possuírem suas próprias seguradoras.

"Aqui, há variedade de canais de distribuição, sendo o de varejo muito bem sucedido", diz Eric Lombard, presidente executivo mundial da Cardif. "Queremos desenvolvê-lo mais nas operações na Europa e Ásia, onde esse canal é pouco explorado", completa o CEO, que visitou o Brasil semana passada para as comemorações dos dez anos da operação brasileira.

O executivo conta que, em outros países da América Latina, a seguradora também tem uma importante operação de distribuição no varejo, mas que no Brasil ela é mais desenvolvida e eficiente.

O entusiasmo é justificado pelos resultados que a operação brasileira tem entregado. "Em termos financeiros, eles são impressionantes", comenta o presidente. No primeiro semestre deste ano, o lucro líquido da Cardif Brasil cresceu 96% quando comparado a igual período de 2009, somando R$ 17,1 milhões, enquanto o faturamento cresceu 16% no período (R$ 278,7 milhões).

"Isto foi resultado do amadurecimento das carteiras de ramos elementares (seguros não-vida), principalmente a operação da Cardif Garantias, que no primeiro semestre de 2009 teve prejuízo de R$ 1,2 milhão e neste apresentou ganho de R$ 3,2 milhões", explica Alexandre Boccia, presidente da Cardif Brasil.

Metas

Atualmente, os negócios na América Latina respondem por 10% dos resultados da Cardif fora da França.Em cinco anos, a meta é que representem 20% do ganho. "E o Brasil tem um importante papel nisso", diz Lombard. Mundialmente, o faturamento em prêmio de seguros cresceu 28% em 2009, e uma das locomotivas desse avanço foi a operação brasileira, que no ano passado cresceu 44% em receitas.

Ele lembra que o mercado brasileiro é muito competitivo e que todos os envolvidos têm metas ambiciosas. O plano, porém, é crescer de forma orgânica e com mais parcerias para distribuição. Hoje, a Cardif Brasil tem parceria com varejistas, bancos e financeiras de consumo. Possui, inclusive, uma joint venture com a Magazine Luiza, que resultou na Luizaseg.

Um mercado que também está no radar da Cardif é o de microsseguros. A seguradora já atua no segmento em um dos maiores mercados para a modalidade, a Índia, em parceria com o State Bank of India, que tem cerca de 110 milhões de clientes. "Temos mais de um milhão de segurados lá", diz Lombard. A seguradora também atua com microsseguro em alguns países da África. No Brasil, uma lei que dá incentivos fiscais para microsseguros tramita no congresso. A despeito da legislação e das muitas definições para microsseguros, Lombard avalia que a Cardif já atua de alguma forma no segmento, com seguros que custam a partir de R$ 1 ao mês distribuídos em alguns varejistas parceiros.

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