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Ex-AIG, PineBridge volta a investir no Brasil

Fonte: Valor Econômico

A PineBridge, que substituiu o antigo braço de private equity da seguradora americana AIG, está arrumando a casa para voltar a atuar no Brasil, depois de ter sido vendida em março para o Pacific Century Group, da China. Sob novo comando, a gestora acaba de contratar Guido Padovano, ex-chefe da área de private equity do Merrill Lynch, para ser o gestor da PineBridge na América Latina e já tem planos de levantar um novo fundo para a região de até US$ 500 milhões.

Desde 2008, quando a AIG quase foi à falência, os rumos da gestora ficaram bastante incertos. Mesmo depois que o governo americano assumiu cerca de 80% da empresa, havia a previsão de que a área de private equity seria vendida, gerando receita para o grupo segurador.

No Brasil, a situação ficou mais delicada quando, em outubro do ano passado, Ana Vigon, gestora responsável pelos investimentos de um fundo de US$ 692 milhões, deixou a companhia. Diante da saída dela, os cotistas decidiram congelar os investimentos de cerca de US$ 400 milhões que ainda deveriam ser feitos.

Agora, com a contratação de Padovano, a gestora quer levantar um novo fundo para continuar a atuar na região, principalmente no Brasil. A PineBridge enxerga a América Latina como uma zona muito importante, por isso não queríamos deixar de atuar aqui, diz ele. A gestora tem patrimônio de US$ 78 bilhões no mundo.

Enquanto a captação do novo fundo, que deve ter entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões, não é concluída, a PineBridge trará US$ 50 milhões em recursos próprios para tocar os investimentos iniciais. Outros US$ 50 milhões também já estão garantidos por investidores para essa primeira rodada. Não queríamos parar o trabalho justamente em um momento em que o setor está tão movimentado no Brasil, afirma Padovano. A previsão é que o novo fundo só tenha a captação concluída no fim do próximo ano.

No alvo da PineBridge estão companhias ainda em fase de crescimento, que comportem um aporte de cerca de US$ 50 milhões para que a gestora fique com uma participação minoritária - não inferior a 25% - na empresa. A compra do controle poderá ocorrer, mas essa não será a regra.

O mercado brasileiro está começando a ficar bastante competitivo, com o preço dos ativos em ritmo de ascensão. Acredito que não haja tantos gestores dispostos a ter uma fatia minoritária nas companhias porque isso exige muita confiança no sócio da empresa, afirma Padovano.

Entre os setores eleitos pela PineBridge, estão aqueles ligados ao consumo interno: varejo, distribuição, saúde e serviços financeiros não-bancários. Isso segue uma política que já era adotada pela AIG anteriormente. O segundo fundo da gestora, por exemplo, tem participações nas empresas Providência, de não-tecidos, Advento, de construção, Falcon Flores, de plantas, e Calyx Agro, que adquire terrenos para o cultivo agrícola.

Para encontrar os novos investimentos e fazer a gestão dos antigos, Padovano trouxe para sua equipe outros dois executivos do Merrill Lynch: Elemer Suranyi, que também já trabalhou no Citicorp Venture Capital, e Gustavo Ubrig, que, além de trabalhar em banco de investimento, teve uma experiência como empresário ao fundar uma empresa de mídia.

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