Breaking News

Previdência Privada: Cobertura para gastos com funeral é carro-chefe

Fonte: Valor Econômico

A cobertura para gastos com funeral tem sido o carro-chefe do microsseguro em todos os países onde ele foi implementado e no Brasil não tem sido diferente. O seguro de vida é o que atrai mais o interesse, principalmente pelo auxílio funeral, afirma Ricardo Pires de Souza, de 29 anos, um dos quatro moradores da comunidade Dona Marta, escolhidos e treinados pelos organizadores do projeto Estou Seguro para trabalharem como agentes, explicando como funciona o seguro para os vizinhos.

O seguro com assistência funeral só agora está chegando às comunidades carentes. O que existe há anos é o plano de assistência, fornecidos por uma rede de mais de duas mil empresas, pelo qual o cliente paga uma mensalidade para ter direito ao serviço completo - urna mortuária, flores, capela, auxílio com a burocracia e, eventualmente, o jazigo.

As pessoas de baixa renda estão sendo seduzidos pelo preço do seguro anual, que corresponde ao que se paga por mês para as empresas de plano funeral - quando podem pagar, claro.

Na comunidade Conjunto Palmeiras, na periferia de Fortaleza (CE), com cerca de 30 mil moradores, foram vendidos 250 microsseguros em um projeto atrelado ao programa de microcrédito do Instituto Palmas, criado em 1998, em parceria com a Zurich Seguros.

A maior parte tem cobertura para funeral, também porque tem sido direcionado pela coordenação do instituto. A morte era a nossa maior causa de inadimplência, diz Joaquim Melo, coordenador geral do Instituto Palmas, referindo-se ao microcrédito.

Muitas pessoas que têm pequenos empreendimentos quando morrem o negócio se acaba porque só para o enterro é mil a mil e quinhentos reais, a família se desestrutura, explica Melo. Até dois anos atrás, quando algum morador do Morro Dona Marta morria, a família que não tivesse recursos para o enterro teria como alternativa passar a sacolinha na igreja ou entre os vizinhos, batendo de porta em porta pedindo uma ajuda. Ou então recorria aos traficantes de drogas, de quem ficava eternamente devedor.

Em dezembro de 2008 a comunidade foi ocupada pela Polícia Militar na operação conhecida como UPP - Unidade da Polícia Pacificadora. Com a UPP, os traficantes e seu alto comando foram desarmados e expulsos do local. Portanto, uma das alternativas de financiamento de enterros desapareceu.

Por outro lado, a pacificação - que trouxe muitas outras mudanças na vida daquelas pessoas - abriu espaço para o mercado de seguro de vida com assistência funeral que está, aos poucos, ganhando adeptos entre os moradores do Dona Marta.

Muitas vezes a gente não tá preparado financeiramente para um enterro, disse José Carlos André da Silva, de 47 anos, que acaba de contratar o primeiro seguro de sua vida. Poder ter (ou proporcionar à família) um enterro digno foi o que motivou Silva a contratar o seguro de vida e acidentes pessoais com auxílio funeral da Bradesco Seguros.

Aproveitando a oportunidade, Silva resolveu comprar um seguro também para sua casa, um imóvel de três andares onde vive com a esposa, duas filhas, um genro e três netos. (JR)

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario