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Empresas de saúde enfrentam desafio de baratear produtos

Fonte: Valor Econômico

Diante das falhas no atendimento na rede pública, o desafio das empresas de seguros de saúde é oferecer produtos a preços mais acessíveis, atraindo um número maior de clientes. Hoje, segundo a Associação Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 44 milhões de brasileiros são atendidos por planos de assistência médica, e outros 13,6 milhões são detentores de serviços odontológicos. Trata-se de um mercado formado por 1.452 operadoras e que movimentou R$ 65,4 bilhões em 2009.

Segundo o diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), José Cechin, o crescimento comparado do setor entre junho de 2010 e junho de 2009 foi de mais de 7%. Os prognósticos seguem bons, mas as empresas precisam ser criativas. "Os planos de saúde estão ficando caros, já que a população tem envelhecido e os custos com tecnologia na área só sobem", diz Cechin. Que fazer diante desse cenário? "Defender a criação de planos alternativos, nos quais os pacientes possam escolher determinados serviços, como nos Estados Unidos." A oferta de serviços diferenciados é uma meta da Bradesco Saúde, com 3 milhões de segurados e um faturamento de US$ 5,3 bilhões em 2009. Focada em planos coletivos, a seguradora tem nas empresas de pequeno e médio porte a principal apostar. "Oferecer um bom plano é até uma forma de a pequena empresa estimular a permanência dos melhoresem profissionais em seus quadros", diz o presidente da Bradesco Saúde, Márcio Coriolano. "Tanto que, na Bradesco, esse segmento vai fechar o ano com expansão de 22%." Para atrair os pequenos empresários, a seguradora aposta em produtos como o Bradesco Saúde Perfil, pelo qual os segurados têm atendimento apenas nas regiões metropolitanas em que vivem.

Com isso, a redução de custos em relação à cobertura nacional chega a 30%, barateando os preços.

O cuidado com as empresas faz sentido, já que 73,1% dos beneficiários no Brasil estão em seguros de saúde coletivos. A taxa geral de cobertura de saúde no país é de 23% da população, com maior penetração nas regiões Sudeste e Sul.

Ainda segundo a agência, o setor é dominado por poucas operadoras: 90% dos beneficiários são clientes de 358 empresas das 1.452 que formam o mercado. Segundo a FenaSaúde, as duas maiores da área são Bradesco Saúde e Sul América.

Os médicos têm lições para as operadoras se expandirem e atenderem melhor. "A questão é que os seguros de serviços seguem lógica inversa aos de patrimônio", diz Cid Carvalhaes, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo e da Federação Nacional dos Médicos.

"Enquanto o seguro de carro é feito para não ser usado, o de saúde é para ser abusado. Exames e procedimentos são feitos sem necessidade, elevando custos." Dono de opinião semelhante, o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Gustavo Gusso, sugere, por exemplo, a oferta de médicos da família. "Se ele está há 20 anos com um paciente, pode avaliar melhor do que ninguém o que acontece e direcionar o tratamento", afirma.

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