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Seguro de vida flexível atrai classe média

Fonte: Correio Braziliense

Acostumada com o conceito tradicional de seguro de vida, no qual o detentor da apólice beneficia terceiros apenas após a morte, Patrícia Ribeiro, 33 anos, nunca se interessou em adquirir um desses planos. Mas a situação mudou em agosto, quando um corretor lhe apresentou uma proposta mais flexível. "Ele explicou que não servia só para depois que eu morresse e que me garantiria uma renda mensal em caso de acidentes pessoais. Decidi fazer", conta a contadora, que ficou 15 anos sem amparo.

Patrícia é o exemplo típico da principal aposta do mercado de seguros para a próxima década: o aumento da classe média e o desenvolvimento de produtos exclusivos para os diferentes tipos de público. O significativo incremento da renda e a abertura da janela do bônus demográfico nos próximos 20 anos - período no qual a maior parte da população do Brasil estará em idade produtiva - será responsável pelo aumento da preocupação, entre as famílias brasileiras, de proteger seu patrimônio e, principalmente, de manter o bem-estar já conquistado.

O setor cresce há pelo menos dois anos em um ritmo três vezes superior ao avanço médio do Produto Interno Bruto (PIB) e deve registrar expansão de 15% em 2010, projeta a Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg). Para o governo Dilma Rousseff , o segmento é estratégico. Vai ajudar a concretizar projetos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as obras para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas. Mas manter esse vigor não será uma tarefa simples. Apesar das expectativas positivas, a presidente precisará resolver questões como a precária troca de informações entre os participantes, a burocracia e os gargalos na regulação, que ainda impõem restrições ao desenvolvimento desse mercado.

A melhoria das condições econômicas retirou as apólices da cesta de compras exclusiva dos mais abastados e tornou acessível também aos consumidores de renda mais baixa, conforme explica o diretor presidente da Aliança do Brasil (Banco do Brasil), Roberto Barroso. "O fundamento básico do crescimento dos seguros é a estabilidade da economia. É ela que leva as pessoas a confiarem mais no sistema e terem a certeza de que vão receber um prêmio condizente com o que pagaram", avalia.

A diretora executiva da CNSeg, Solange Palheiro Mendes, estima que o crescimento da base de clientes também vai exigir das seguradoras a modernização e a diversificação do conjunto de serviços oferecidos. "Com a ascensão das classes C e D, será preciso modelar apólices específicas. Cada vez mais, os produtos vêm se adaptando à busca dos consumidores.", destaca. Patrícia confirma a tese. "Decidi fechar com a seguradora porque a proposta era muito ajustável ao que eu precisava. Em 2011, no entanto, estou com planos de ter um bebê e pretendo rever a apólice, para deixar um pouco mais de segurança para ele", detalha Patrícia Ribeiro.

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