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SulAmérica cria área de fundos de ações de crescimento

Fonte: Valor Econômico

Gestora trouxe Fernando Tendolini, da Fator, responsável há 13 anos pela família Sinergia.

A SulAmérica Investimentos vai entrar no segmento de fundos diferenciados de ações. Para isso, trouxe do Banco Fator Fer nando Tendolini, responsável por uma das mais antigas carteiras ativistas especializada em empresas de menor porte ("small caps") e investimento de longo prazo. Tendolini estava há 13 anos na Fator cuidando do segmento Sinergia - cujas quatro carteiras acumulam patrimônio superior a R$ 1 bilhão - e agora vai montar uma estrutura para lançar fundos semelhantes.

O objetivo é oferecer cada vez mais estratégias diferenciadas de investimento em ações, com maior valor agregado, como forma de atrair os investidores institucionais e grandes aplicadores, incluindo pessoas físicas, diz Marcelo Mello, diretor-geral da SulAmérica Investimentos. "Ho je, o pouco que os fundos de pensão terceirizam para outros gestores em ações é para esse tipo de f u n d o", afirma Mello.

Tendolini vai agora montar uma equipe voltada para ações de crescimento, que será integrada à que hoje dá suporte aos fundos de ações da SulAmérica e que está sob comando de Ricardo Maeji. "Vou ter três pessoas me ajudando e usaremos as análises setoriais da casa", afirma Tendolini, que se reportará a Marcelo Saddi, diretor de administração de recursos. "Com isso, poderemos nos dedicar exclusivamente a participar da gestão das empresas e procurar oportunidades novas", diz. Hoje a SulAmérica tem seis analistas e deve ficar com nove após a montagem do time de Tendolini.

Mello espera ter uma carteira de longo prazo montada até o fim deste mês. A ideia é ter um fundo com carência de cinco anos, que deve ter de 12 a 15 ações, com concentração máxima de 25% em uma empresa.

"Começamos com um número maior e depois vamos concentrando as aplicações à medida que detectamos quais são os melhores negócios", diz Tendolini. A aplicação inicial deverá ser elevada, acima de R$ 1 milhão, até como forma de diferenciar os investidores capazes de esperar anos até a maturação dos negócios.

Tendolini está animado com o mercado. Diante dos desafios deste ano, com Europa ainda tumultuada, o fluxo de emergentes reduzido pela melhora do mercado americano e pela incerteza com inflação, e agora pelos tumultos no Oriente Médio, aumentam as oportunidades para os fundos de crescimento. "É a chance para o investidor disciplinado fazer um investimento de longo prazo, tirando proveito da queda das ações, como ocorreu em 2008", afirma Tendolini. Esse tipo de fundo tende a ser menos afetado também pelo cenário macro de curto prazo, dependendo mais do sucesso do negócio.

"E quem investe nesses fundos hoje está apostando no crescimento do país, da classe média e das empresas", afirma.

Além dos clientes institucionais locais, Mello espera atrair investidores de private banking, que já percebem a aplicação em ações como opção de longo prazo.

Além deles, há os estrangeiros.

"Em países como Japão e Coreia, os investidores já estão bem servidos de fundos brasileiros de ações de primeira linha e agora querem opções", afirma Mello.

A SulAmérica está montando um fundo de dividendos para a Ásia e deve criar uma versão do fundo de longo prazo no fim do ano para esses clientes. Hoje, a gestora já tem US$ 200 milhões em um fundo distribuído em Taiwan e outro, criado no fim do ano passado, com sede em Luxemburgo e distribuído em 22 países, com US$ 10 milhões. Ambos são de ações de primeira linha brasileiras.

A SulAmérica fechou o ano com R$ 20 bilhões sob gestão, 60% dos quais de institucionais.

A parcela de ações é pequena, 8% do total em todos os fundos, ou R$ 1,6 bilhão. A parte de fundos exclusivamente de ações é bem menor, R$ 500 milhões.

No ano passado, os fundos de pequenas empresas foram destaque no mercado, com os melhores retornos em ações. Mas, apesar de as carteiras terem carência, de 30 a 90 dias, as restrições são bem menores que as do Sinergia, que não permite resgates e tem prazo de sete anos, ou do futuro fundo da SulAmérica.

Os fundos Sinergia ficarão sob a responsabilidade da diretorageral da Fator Administração de Recursos, Roseli Machado.

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