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Japão, uma luta entre escombros para agilizar indenizações

Fonte: Seguro S/A - Denise Bueno

Difícil falar de negócios num momento no qual as imagens do Japão nesses 20 dias após a tragédia, com mais de 26 pessoas mortas e desaparecidas, ainda chocam. Mas a luta das equipes especializadas em levantar os prejuízos para que as seguradoras possam levantar os valores a serem pagos em indenizações que ajudaram a reconstruir o pais nos remete a falar de números desta tragédia.

As imagens são impressionantes. Montanhas de escombros e aço que no passado já havia sido usado na produção de carros, barcos, aviões e construção de prédios e casas. Imagens que deixam qualquer uma sem saber por onde começar. Mas os japoneses sabem. Imagens divulgadas da estrada totalmente destruída e seis dias depois totalmente recuperada provam a eficiência dos japoneses em trabalhar juntos e focados na busca do bem de todos. Mostram como sabem gerenciar o chamado cisne negro.

As projeções das empresas de serviços de riscos estimam indenizações das seguradoras de até US$ 30 bilhões, enquanto as perdas econômicas ultrapassam US$ 250 bilhões. Em cat bonds, títulos emitidos pelas seguradoras e resseguradoras nos quais dividem com investidores os riscos de catástrofes, totalizam cerca de US$ 2 bilhões.

Enquanto a AIR estima custos para as seguradoras entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões, a Eqecat projetou algo entre US$ 12 bilhões e US$ 25 bilhões. Mas quem olha as imagens acreditam que as seguradoras terão de pagar mais do que as estimativas já anunciadas até agora, principalmente quando se sabe que o consumo per capita de seguros no País está bem acima da média mundial ao ter vendas acima de US$ 500 bilhões por ano.

Se confirmada a pior expectativa, de US$ 30 bilhões, este será o segundo mais cara evento no ranking das tragédias mais custosas do mundo para a indústria de seguros desde 1970. Segundo a Swiss Re, hoje o furação Katrina foi responsável pela maior perda para o mercado de seguros, com US$ 72 bilhões, seguido pelo furacão Andrew, com US$ 24 bilhões, e atentados terroristas aos EUA, em 2005, com US$ 23 bilhões.

Apesar dos valores, nada de aumento dos preços do resseguro. Essa é a conclusão da corretora de seguros Willis. Segundo estudo divulgado hoje, a terceira maior corretora do mundo diz que as perdas com catástrofes naturais já ocorridas neste anos não deverão reverter o atual cenário de queda de preço do resseguro, dada a forte capitalização das empresas e acirrada concorrência em várias linhas de negócios em todos os países no mundo, principalmente os emergentes, que originam hoje 40% do consumo mundial e dois terços do crescimento do planeta. Caso haja uma forte temporada de furacões a partir de agosto nos Estados Unidos, ai sim é praticamente certo o início de “hard market”, que pode também ser antecipado por perdas financeira no mercado acionionário ou a acelerada da inflação nas economias desenvolvidas. O estudo pode ser acessado no site da corretora www.willis.com

Veja abaixo as estimativas de pagamento de indenizações às vítimas do evento do Japão já divulgadas. Importante lembrar que ainda faltam importantes seguradoras para fazer previsões:

Munich Re – 1,5 bilhão euros
Swiss Re – U$ 1,2 bilhão
Hannover Re – 250 milhões euros
Scor - 185 milhões euros
Chartis – US$ 700 milhões euros
ACE – US$ 200 milhões e US$ 250 milhões
Flagstone Re – US$ 80 milhões e US$ 130 milhões
Hiscox – US$ 100 milhões

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