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O seguro por trás das câmeras

Fonte: Jornal do Comercio - RS

Na segunda-feira, o Oscar premiou os grandes nomes do cinema mundial. De acordo com dados da indústria cinematográfica americana, o faturamento de Hollywood atingiu US$ 10,56 milhões - com 1,35 bilhão de ingressos vendidos em 2010. A indiana Bollywood, a segunda maior produtora de filmes do planeta, também apresenta cifras expressivas. O US$ 1,75 bilhão que arrecadou em 2006 saltou para US$ 3 bilhões em 2010. Em 2001, eram apenas US$ 617 milhões. Hoje a Índia produz 1.000 filmes por ano, contra 650 dos EUA.

O circuito nacional de cinema também se depara com um dos cenários mais promissores da sua história. O País atingiu números recordes em 2010, com faturamento bruto superior a R$ 1 bilhão e 137 milhões de espectadores. De acordo com dados divulgados pelo Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro, o total de público nas salas de cinema em território nacional cresceu 22% no ano passado, em relação a 2009, enquanto no mesmo período o faturamento teve alta de 32%.

Não é de hoje que o sucesso do cinema nacional ultrapassa fronteiras. Na Alemanha, por exemplo, os filmes brasileiros são destaque no Festival de Berlim, um dos mais importantes do mundo. Central do Brasil, em 1993, e Tropa de Elite, em 1998, Carandiru e Cidade de Deus, os dois primeiros, respectivamente, venceram o Urso de Ouro.

Diante de números tão expressivos, para o mercado segurador mundial e nacional a oportunidade é singular. No mundo, as principais produções cinematográficas contam com seguros há décadas, que vão desde a pré-produção e suporte até os danos materiais ou corporais causados a terceiros durante o período de gravação das filmagens. Só para citar alguns exemplos de épocas diferentes, Tropa de Elite 2 - o filme mais assistido no País com 11 milhões de espectadores -, o blockbuster Titanic e até Apocalypse Now, de 1978, por exemplo, tiveram suas filmagens seguradas.

O filme de ação Salt, com Angelina Jolie no papel de Evelyn Salt, agente da CIA, foi um dos filmes de maior risco para o mercado segurador em 2010. É que a atriz americana dispensou dublês para as cenas de ação, incluindo as de luta, ou aquelas em que andava de moto, pulava de pontes e manuseava diversos tipos de armas. Sempre que um ator escolhe fazer as próprias tomadas de ação, aumenta o risco do filme porque não há um dublê profissional. Se os integrantes do elenco se machucarem e não puderem trabalhar, a produção pode atrasar. Em um filme de grande orçamento, o custo pode chegar a até US$ 250 mil de prejuízo por dia. Nesse caso, o seguro contempla a cobertura de no show que cobre esse tipo de risco.

Concluindo, seguros de produções cinematográficas são os ramos que devem incrementar o mercado de seguros no Brasil, principalmente, já que dificilmente hoje se pensa em fazer um filme sem contratar uma apólice. Isso se deve ao intenso crescimento da indústria cinematográfica. A boa notícia é que o setor está preparado, contando com corretoras e seguradoras com alta capacidade de avaliação dos riscos e, no caso das seguradoras e resseguradoras, lastro suficiente para arcar com as indenizações.

Presidente da Allianz Seguros e Allianz Saúde no Brasil

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