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Perdas médias já são quatro vezes maiores

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Estudos da Swiss Re indica que prejuízos causados por inundações pularam da médias anal de U$$ 250 milhões para U$$ 1,2 bi

As resseguradoras internacionais acompanham com atenção redobrada e certo grau de preocupação o aumento dos prejuízos causados por enchentes no Brasil, País que sempre ostentou a fama de ser praticamente imune às catástrofes naturais.

Exemplo dessa apreensão está no estudo que a Swiss Re divulgou esta semana, segundo o qual nos últimos 11 anos os alagamentos em território brasileiro causaram perdas anuais médias de cerca de US$ 250 milhões, com cerca de 120 pessoas mortas, a cada ano.

O pior é que prejuízos estão em escala crescente, segundo aponta o levantamento da Swiss Re, ao destacar que os riscos de inundações apurados no começo deste ano já atingiram, em valores anualizados, perdas de US$ 1,2 bilhão, em decorrência apenas das chuvas fortes que castigaram a Região Sudeste, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro. A oscilação é quase quatro vezes superior à média de US$ 250 milhões dos últimos anos.

A análise da resseguradora suíça sinaliza que a frequência de enchentes tende a elevarse no Brasil em consequência das alterações climáticas.

Com isso, os prejuízos econômicos e sociais também tendem a crescer devido ao desenvolvimento mais rápido do País e ao aumento da concentração de pessoas e de atividades econômicas em zonas urbanas. Embora não afirme, o estudo indica que a resposta do mercado internacional pode ser o reajuste de preço nos planos de resseguros pagos pelos consumidores brasileiros. Até o momento, nenhuma resseguradora anunciou algo nesse sentido.

PRECAUÇÃO. O mercado brasileiro também está preocupado.

Entre os seguradores, cresce o temor de que as catástrofes naturais possam interferir, para pior, no desempenho de carteiras mais expostas a eventos causados pela fúria da natureza, como a de automóvel, patrimonial e até vida. Os executivos pregam a importância da adoção de um sistema de análise mais cautelosa na subscrição de riscos.

É o caso do ramo de transporte rodoviário de cargas, onde já prevalece tendência de elevação da taxa média de sinistralidade.

Segundo o presidente de Comissão de Transportes da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Paulo Robson Alves, entre os fatores que provocam a elevação do número de sinistros estão as enchentes, os alagamentos e a interrupção de estradas por queda de barreiras.

"A conclusão a que se chega é de que há evidências de elevação da frequência de sinistros para mercadorias perecíveis", afirma o executivo, em matéria veiculada no Portal Viver Seguro, da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).

Segundo ele, a desaceleração da produção brasileira reflete na movimentação de cargas com reflexos no setor de seguros, o que poderá provocar uma mudança nos critérios de subscrição, motivada pela queda da massa de prêmios e a manutenção do coeficiente de sinistro, que continua elevado. "As taxas de prêmios podem subir para equilibrar a equação de seguros", conclui o executivo.

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