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Potencial para 77 milhões de clientes no país

Fonte Brasil Econômico

vPesquisa do Cenfri mostra que público-alvo vê benefício do seguro, mas redução de renda

Se toda uma geração comprar seguros agora, toda a próxima geração será mais rica. A frase é atribuída a Winston Churchill, citado por Eugênio Velasques, diretor-executivo do Grupo Bradesco Seguros, como exemplo de uso do seguro para redução de pobreza através de uma formação forçada de poupança.

No Bradesco, os seguros de até R$ 20 ao mês já representam 50% do número de segurados isto é, 18 milhões de segurados.

"São produtos na maioria voltados a pessoas que estão comprando apólices pela primeira vez ou das classes C, D e E. São as famílias que daqui a 10 anos estarão com seguros de R$ 35 ao mês", avalia o executivo.

Ainda que exija comprometimento de renda, Lauro Gonzalez, da FGV, vê o microsseguro como um mecanismo de proteção de ativos, e não de endividamento."O microcrédito quebra o ciclo de pessoas de baixa renda não ter crédito por não ter ativos e não ter ativos porque não tem crédito, e o microsseguro é a proteção desses ativos, que permitem com que as pessoas saiam da pobreza", considera.

Um estudo feito pelo Centro para Regulação e Inclusão Financeira (Cenfri), apoiado pela CNSeg e Funenseg e que será debatido hoje na 5a Conseguro, em Brasília, aponta que o mercado-alvo para microsseguros no Brasil é composto por cerca de 128 milhões de pessoas, considerando pessoas com renda de até 3 salários mínimos, classificadas como C e D.

Hennie Bester, um dos autores do estudo, pondera que a exclusão da classe E se deve por o grupo acreditar que o custo do seguro privado se manteria acima das posses da maioria dos membros, considerando apólices com custo mensal de R$ 2 a R$ 50. "Admitindo que a máxima penetração potencial dos seguros nesse mercado seja de 50% a 60%, resultaria numa massa de 64 a 77 milhões de pessoas", escreve. "Deste grupo, mais de 40 milhões de indivíduos não têm qualquer relação com seguros, e aqueles que têm, provavelmente possuem uma cobertura de risco limitada." O pesquisador pondera não só que o país já trabalha com seguro popular, que seria um primeiro passo de penetração na baixa renda, mas que há também um mercado informal. Inclui especialmente os planos funerários, acordados diretamente com empresas que prestam o serviço e que já somaria cerca de 20 milhões de pessoas.

Ponto sensível para esse mercado é a forma como os micros seguros são distribuídos, destaca o estudo do Cenfri. Como boa parte da população C e D ainda se mantém fora do sistema bancário, tradicional canal de colocação de seguros, a distribuição desses produtos se dá principalmente em parcerias com varejistas como já acontece com o seguro popular em redes como Casas Bahia e Magazine Luiza , bem como mala direta e serviços de telemarketing.

Ainda segundo a pesquisa, o mercado de baixa renda tem noções do benefícios de ter um seguro, mas o pagamento regular de prêmios é visto como um constrangimento financeiro, o que leva esse público a optar por empréstimos em caso de emergência ou imprevisto.

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