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Paraná Banco e Travelers visam infraestrutura e acionistas gostam

Fonte: IG Economia

União de seguradoras para atuar em áreas com forte potencial de crescimento agrada mercado e retorno aos investidores beira os 20%

A expansão dos investimentos em infraestrutura no Brasil foi o mote para a aliança estratégica firmada entre o Paraná Banco e a Travelers Brazil Acquisition, controlada pela seguradora norte-americana The Travelers Companies, em novembro. Pelo acordo, a Travelers injetou R$ 625 milhões no Paraná Banco. O dinheiro está sendo usado para reforçar sua atuação na área de seguro garantia, segmento no qual as empresas do grupo, JMalucelli Seguradora e JMalucelli RE lideram o mercado brasileiro. O seguro garantia é usado para cobrir riscos contratuais, como a não execução de uma obra, por exemplo, e representou mais de 90% do portfólio das duas companhias, em 2010. O negócio foi consolidado em junho, com a subscrição de 191,6 milhões de ações ordinárias da JMalucelli Participações em Seguros e Resseguros.

“Estamos entusiasmados com esta parceria com a Travelers que nos dará a oportunidade de atingir um outro patamar em termos de tamanho e abrangência das nossas operações", diz Alexandre Malucelli, vice-presidente da JMalucelli Seguradora e presidente da JMalucelli Resseguradora. "Isto é extremamente benéfico frente ao mar de oportunidades que virá com obras de infraestrutura que o Brasil aguarda para os próximos anos e o próprio desenvolvimento do país.”


Foto: - Divulgação

Malucelli: de olho nos seguros ligados às obras de infraestrutura que movimentarão o País nos próximos anos
Segunda maior seguradora dos Estados Unidos em prêmios, com lucro líquido de US$ 3,2 bilhões e patrimônio líquido de US$ 25,5 bilhões em 2010, a Travelers, ao associar-se ao Paraná Banco, adquiriu 43,4% do capital votante das áreas de seguros e resseguros da JMalucelli. Com a parceria, a empresa norte-americana marca seu ingresso no mercado brasileiro, ao mesmo tempo em que abre as portas da América Latina, onde já possui forte atuação, para as empresas do Paraná Banco. A expectativa é que o ganho de escala proporcione maior rentabilidade ao grupo paranaense.

A parceria também vai permitir à JMalucelli participar dos ramos chamados elementares (P&C, na sigla em inglês, seguros de vida e patrimônio). O grupo possui três empresas na área de seguros: JMalucelli Seguradora, JMalucelli Resseguradora e JMalucelli Seguradora de Crédito. As três responderam por 48,8% do resultado consolidado do grupo no primeiro trimestre.

De acordo com o Paraná Banco, a estratégia para o segmento de seguros, além de entrar nos ramos elementares, é fortalecer operações de seguro garantia no Brasil e estender suas operações de resseguro para a América Latina. No segmento de P&C, a empresa pretende oferecer aos atuais clientes produtos relacionados ao seguro garantia, como apólices para riscos de engenharia, patrimoniais e de responsabilidade civil – que inclui problemas ligados à gestão. A Travelers tem participado do desenvolvimento da área de P&C da JMalucelli.

O economista Lauro Faria, especializado no setor, considera o mercado segurador brasileiro muito promissor, em especial nos ramos de vida (seguro de vida e previdência privada), patrimonial e no seguro garantia. Assessor da diretoria da Escola Nacional de Seguros (Funenseg), Faria acredita que o crescimento econômico e as obras de infraestrutura devem impulsionar ainda mais a expansão do setor, em especial nos segmentos de seguro garantia e, por conseguinte, de resseguro.

Segundo ele, a estabilidade econômica dos últimos 15 anos favoreceu o mercado brasileiro, sobretudo nos ramos de vida e patrimonial. Antes, a inflação elevada praticamente obrigava as seguradoras a concentrar suas operações no segmento de automóveis. Em 1996, os prêmios eram de R$ 15 bilhões. Em 2010, fecharam em R$ 90 bilhões, com crescimento de 500% no período, de acordo com as estatísticas da Superintendência de Seguros Privados (Susep). O fim do monopólio estatal do resseguro, em 2007, ampliou ainda mais as possibilidades para as empresas do setor.

Para ele, a entrada do capital estrangeiro no setor, como ocorreu na aliança entre Travelers e Paraná Banco, é positiva. “Se as empresas brasileiras não podem oferecer um serviço, o consumidor não precisa ficar sem ele”, diz. Faria acredita que o capital externo ajuda a fortalecer o mercado e é “muito bem vindo, desde que jogue dentro das regras”.

Na área bancária, o Paraná Banco almeja desenvolver know-how no segmento de middle market (atendimento a pequenas e médias empresas) e diversificar a carteira de crédito. Entre as áreas que pretende explorar estão crédito consignado para servidores públicos, aposentados e pensionistas da Previdência Social e crédito direto ao consumidor (CDC). O Paraná Banco considera que o ambiente extremamente competitivo do setor bancário brasileiro é um desafio à estratégia da companhia.

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