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Propensão à fraude em queda

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Índice que mede a inclinação do brasileiro para a fraude diminu 17 pontos percentuais em seis anos, caindo de 41% em 2004 para 24% em 2010, segundo a CNSEG

Pesquisa nacional encomendada ao Ibope pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) constatou que índice geral de propensão à fraude contra seguros no Brasil caiu de 41% para 24% nos últimos seis anos, queda de 17 pontos percentuais.

Segundo o levantamento, o índice construído entre segurados que responderam que "não fraudariam o seguro de forma alguma" subiu de 55% em 2004 para 73% em 2010.

Já o grupo de entrevistados que considerava fácil fraudar o seguro caiu 12 pontos percentuais em relação à primeira pesquisa, de 37% em 2004 para 25% em 2010. Na qualitativa, os segurados entendem que deve ter ocorrido aumento das fraudes em seguros nos últimos anos.

Apesar disso, há a percepção de que atualmente as empresas do setor utilizam processos e instrumentos mais sofisticados para a detecção e combate à fraude nos seguros.

A pesquisa qualitativa foi aplicada com 12 grupos de discussão, entre 22 e 29 de novembro de 2010, no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Goiânia e Porto Alegre. O levantamento quantitativo foi feito de 7 a 23 de dezembro de 2010 e aplicou 2.004 entrevistas.

A margem de erro da pesquisa é de 2% e o intervalo de confiança, 95%.

Superintendente-geral da Central de Serviços e Proteção ao Seguro da CNSeg, Julio Avellar comentou que a pesquisa, divulgada no seminário sobre combate à fraude realizado terçafeira última, no Rio de Janeiro, concluiu que há desconhecimento em relação às punições e que a facilidade e a impunidade são fatores de motivação.

Para ele, "o compartilhamento e a circulação de informações e dados são estratégicos para o setor de seguros, uma vez que sustentam políticas de regulação e liquidação de sinistros e de combate à fraude".

Os dados, segundo Avellar, também ajudam a definir políticas de avaliação de riscos e de precificação.

PERDAS. Na pesquisa qualitativa, a percepção é de que as fraudes acontecem em todas as esferas sociais. Mas predomina a ideia de que há maior concentração de fraudes entre pessoas de classes mais altas (maior conhecimento e poder de articulação e menor temor quanto às possíveis punições).

Para os entrevistados, pessoas com menor poder aquisitivo têm a dignidade como seu principal patrimônio, são mais temerosas quanto às punições e só se arriscariam em caso de extremo desespero. Esse perfil é confirmado na quantitativa.

A CNSeg também anunciou os resultados do levantamento de Quantificação da Fraude em Seguros, que apontou o impacto da fraude para o mercado segurador e para a economia brasileira. A pesquisa mostrou que os sinistros com suspeita de fraude somaram cerca de R$ 1,9 bilhão em 2010, o que representou 9,1% do valor total dos sinistros do universo pesquisado (R$ 20,9 bilhões). As fraudes detectadas somaram cerca de R$ 370 milhões e as comprovadas, R$ 290 milhões, representando respectivamente 1,8% e 1,4% do valor total de sinistros (R$ 20,9 bilhões).

"As fraudes impactam diretamente no bolso dos segurados.

Ou seja, a fraude contamina o preço do seguro e atuar na redução das fraudes é agir em favor do segurado", afirmou Julio Avellar. O diagnóstico é representativo de 53 seguradoras, que detém 86% do total de prêmio ganho (deduzido as despesas) pelo mercado de seguros no ano passado, e abrangeu todos os segmentos de seguro, com exceção do ramo saúde, da previdência complementar aberta e da capitalização.

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