Breaking News

Falta de autopeças preocupa

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Afalta de peças para reposição em veículos sinistrados está preocupando os seguradores. Segundo o diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Neival Rodrigues Freitas, a indústria de autopeças não está conseguindo acompanhar o crescimento do setor automobilístico.

"As peças que deveriam ser utilizadas na reposição estão sendo direcionadas para as linhas de produção das montadoras", conta o executivo.

Para os seguradores, esse cenário traz problemas inclusive com os órgãos de defesa do consumidor, que vêm recebendo um número cada vez maior de queixas de segurados em razão da demora no conserto de veículos avariados em colisões.

Os custos das empresas de seguros também estão subindo em decorrência da maior demanda por carros reservas, que estão sendo utilizados por um período acima do previsto. O caro reserva é um serviço que muitos clientes contratam para recorrer quando seu carro segurado entra em oficina para conserto, quando avariado, por exemplo, em uma batida.

Neival Freitas afirma que esse quadro preocupante assola o mercado desde meados do ano passado. Ele diz que houve uma ligeira melhora no final de 2010, mas, nos últimos meses, voltou a se agravar.

Tanto assim que a Fenseg já solicitou um encontro com as associações que defendem os interesses dos fabricantes de veículos (Anfavea) e das empresas importadoras (Abeiva).

"É preciso encontrar uma saída para esse problema", destaca o diretor da Fenseg.

Ele acrescenta que o consumidor também está sendo diretamente prejudicado, já que, além da demora no conserto do veículo, ele poderia pagar menos pelo seguro se não houvesse essa dificuldade no mercado para a compra de autopeças.

Ainda assim, ele afirma que está ocorrendo uma redução de preço do seguro de automóveis no Brasil. Em alguns casos, houve queda de até 10%, segundo Neival Freitas, para quem haveria espaço para mais reduções não fosse a falta de peças e também de mão de obra qualificada nas oficinas.

COMPORTAMENTO. Com preços dos produtos mais baixos, o ritmo de crescimento da carteira de veículos neste ano tende ser menor do que a média do mercado.

A previsão dos seguradores é a de que o faturamento do seguro de automóvel em 2011 cresça 8% a 9% acima de 2010, enquanto a projeção de incremento do mercado total gira em torno de 20%. "Enquanto for mantido o crescimento das vendas de veículos novos haverá forte demanda pelo seguro", acredita Neival Freitas.

No primeiro semestre, os produtos da carteira automotiva, exceto o seguro obrigatório de veículos (Dpvat), movimentaram receita de prêmios de R$ 10,114 bilhões, expansão de 6,8% sobre janeiro a junho de 2010. No mesmo período, o mercado faturou mais de R$ 50 bilhões, registrando avanço de 21,7%, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

No Rio de Janeiro, as vendas no segmento de veículos retrocederam.

Enquanto a média do mercado nacional cresceu 6,8%, no Rio diminuíram 5,1%, para R$ 813,8 milhões. Este recuo, contudo, é salutar, considerando que, na avaliação de Neival Freitas, foi influenciado, sobretudo, pela queda do preço médio do seguro, efeito direto da melhora das taxas de sinistralidade, que caíram devido à redução dos roubos e furtos de veículos.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario