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Ajuda para o funeral é atrativo na comunidade

Fonte: Valor Econômico

Rudnei Pereira Serafin queria fazer um auxílio funeral para os pais. "Tá me gorando? Não vou morrer, não", rechaçou o pai. Rudnei, então, decidiu contratar uma apólice para si. No dia 24 de novembro ele foi até a agência do Banco Comunitário Cidade de Deus (CDD) e contratou um microsseguro da Zurich Brasil Seguros que, por R$ 35 anuais, garante R$ 3 mil para cobrir despesas com enterro, mais um número para concorrer a prêmios de R$ 5 mil todo mês pela capitalização.

"Tem que ter, é uma forma de ajudar nossa família", explicou Serafin, um rapaz de 32 anos, solteiro, sem filhos, que mora com os pais em Cidade de Deus, a comunidade no Rio de Janeiro onde nasceu e viveu toda sua vida. Com ensino médio completo e jeito de rapaz tímido e sério, Serafin trabalha como pesquisador no Instituto Costa Verde que atua com projetos sociais na comunidade. Ele diz que nunca havia comprado um seguro antes, embora conhecesse o produto, e que sempre pensou em ter uma cobertura para funeral. Ele não queria passar pela situação que viu tantos vizinhos, parentes e amigos enfrentando: ter que "passar o pires" pela vizinhança, na igreja ou até com bandidos para poder enterrar um parente.

Achar que auxílio funeral atrai morte e que seguro de vida beneficia amantes dos viúvos são alguns dos mitos que se criaram em torno do seguro principalmente entre a faixa da população com menor grau de instrução. São poucos os que sabem o que é, como funciona e para o que serve o seguro, diz Felipe Cristóvão, gerente comercial da área de vida e previdência da Zurich.

Para aproveitar o grande potencial de vendas massificadas de seguros para as classes de renda mais baixa, as seguradoras estão formando profissionais, investindo em campanhas de esclarecimento e, principalmente, ouvindo os clientes para saber o que querem comprar. "Estamos em pleno aprendizado junto com a comunidade sobre que produto vender, como vender, o que é importante para eles", afirmou Diana Bueno, diretora de bancassurance da Zurich Brasil.

Em vez de entrar sozinha nas comunidades, a seguradora suíça decidiu fazer parceria com uma instituição que já tivesse "expertise" em lidar com a população de baixa renda. Encontrou no Instituto Palmas um parceiro ideal. A primeira experiência foi com o Banco Palmas, que atua com microcrédito no Conjunto Palmeira, uma comunidade pobre da periferia de Fortaleza (CE).

Para os clientes do Palmas, a Zurich desenvolveu dois produtos, primeiro o Palmas Microsseguro, uma apólice que cobre vida, assistência funeral e capitalização que custa apenas R$ 35 e dá uma garantia de R$ 3 mil em caso de morte natural. Em seguida lançou o Palminhas, que custa apenas R$ 10 anuais e dá cobertura de R$ 700.

Até agora, segundo a empresa, já foram vendidas 1.700 apólices através de dez bancos comunitários da rede coordenada pelo Instituto Palmas. No caso da comunidade de Palmeira, calcula-se que 20% das famílias da região já possuem o Palmas Microsseguro. O próximo passo, diz Cristóvão, será levar o microsseguro para o Complexo do Alemão, conjunto de favelas recém-pacificadas no Rio.

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