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Baixa em títulos gregos afeta lucro da Allianz

Fonte: Valor Econômico

A seguradora alemã Allianz, maior da Europa, anunciou queda no lucro do terceiro trimestre de 84%, pior que a prevista, depois de contabilizar baixas em títulos de dívida do governo grego e em investimentos em empresas do setor financeiro.

O lucro líquido caiu para EUR 196 milhões, em comparação ao EUR1,26 bilhão obtido no mesmo período de 2010. A previsão média de analistas apontava para um lucro de EUR 660 milhões.

A seguradora informou que as perdas não operacionais por deterioração no valor de ativos somaram EUR 931 milhões, incluindo prejuízos com investimentos em bancos e seguradoras e uma baixa contábil de EUR 122 milhões em títulos gregos. A taxa de imposto efetivo da empresa quase dobrou.

A seguradora, comandada por Michael Diekmann manteve a meta de obter lucro operacional anual entre EUR 7,5 bilhões e EUR 8,5 bilhões. "Todos já aguardavam a perda adicional com a Grécia, mas as baixas contábeis com renda variável no trimestre foram um verdadeiro golpe", disse o analista Konrad Becker, da Merck Finck & Co.

O lucro operacional nos nove primeiros meses do ano foi de EUR 5,87 bilhões. No terceiro trimestre, somou EUR 1,91 bilhão, acima das expectativas, de EUR 1,7 bilhão, mas em queda de 7,3% na comparação com igual período de 2010.

As perdas não operacionais decorrentes de investimentos em instituições como o Commerzbank AG, Hartford Financial Services Group Inc., UniCredit SpA, China Pacific Insurance Group Co. e Banco Popular Español SA, entre outros ativos financeiros, somaram cerca de EUR 817 milhões, de acordo com a seguradora.

A empresa ainda contabilizou EUR 213 milhões em perdas pela reavaliação em bônus de subscrição da seguradora Hartford, dos Estados Unidos, na qual a Allianz investiu US$ 2,5 bilhões por meio de dívidas subordinadas, ações e bônus de subscrição em 2008. A taxa de imposto efetivo da Allianz quase dobrou, de 34,4% há um ano para 60%, com a deterioração dos investimentos sendo em grande parte excluída do cálculo tributário, segundo a seguradora.

A Allianz registrou ganho de capital de EUR 167 milhões com a venda de ações do banco chinês Industrial and Commercial Bank of China .

A rentabilidade das seguradoras vem sendo pressionada pelas baixas taxa de juros dos títulos soberanos de países como a Alemanha e pelas baixas contábeis nos papéis gregos, que afetam o retorno sobre o investimento.

Algumas seguradoras se protegeram, por meio de operações de hedge, contra os juros baixos e o declínio nos mercados acionários para sustentar os lucros.

No segundo trimestre, a Allianz havia contabilizado baixa de EUR 326 milhões com seus títulos governamentais gregos. A Zurich Financial Services AG, maior seguradora da Suíça, anunciou na quinta-feira lucro acima das estimativas no terceiro trimestre, de EUR 1,24 bilhão, sendo que as baixas taxas de juros alemãs e a queda nas ações britânicas lhe renderam ganho de EUR 720 milhões, graças a suas operações de hedge. Na semana passada, a Munich Re, maior resseguradora do mundo, havia divulgado declínio de 63% no lucro trimestral, em resultado prejudicado pelas variações cambiais. (Colaboraram Mariajose Vera, de Munique, e Rajiv Sekhri, de Frankfurt)

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