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Itaú venderá serviços para compensar queda no crédito

Fonte: Valor Econômico

Para compensar o menor ritmo do crescimento da carteira de crédito em 2012, o Itaú Unibanco vai redobrar seus esforços na venda de produtos. "O esforço será mais acentuado em serviços e seguros", afirmou Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco.

Em reunião com analistas e investidores ontem, o executivo disse que o banco já prevê um crescimento menor da carteira de crédito em 2012 do que o patamar que deve ser alcançado neste ano. De janeiro a setembro de 2011, as concessões cresceram 21,3% na comparação com igual período de 2010, para R$ 382,23 bilhões. "Neste ano, deve ficar pouco abaixo dos 20% e, em 2012, será menor do que isso", disse Setubal.

A inadimplência do banco, que provocou um susto no segundo trimestre do ano ao alcançar 4,5% (aí considerados os vencimentos superiores a 90 dias), está sob controle, segundo Setubal. "Fizemos uma série de mudanças na política de crédito e a perda está diminuindo", ressaltou. Os segmentos nos quais o Itaú ficou mais cauteloso foram os de financiamento de veículos e de micro e pequenas empresas. "O crédito contratado hoje no Itaú é melhor do que aquele no início do ano."

Ao mesmo tempo em que deve enfrentar um período de expansão mais modesta no crédito, o Itaú Unibanco terá como principal objetivo para o próximo ano o aumento de sua eficiência.

Ou seja, o Itaú pretende gastar menos para cada R$ 1 de receita que gera. Em setembro, o índice de eficiência do banco estava em 49,5%. O objetivo é chegar a 41% em 2013 - quanto menor esse indicador, mais eficiente é uma instituição. Tal meta representaria, hoje, uma economia de despesas da ordem de R$ 5 bilhões, equivalente a 15% do total de gastos, que devem encerrar o ano em R$ 34 bilhões. "A questão da eficiência é o projeto central para 2012", afirmou Setubal.

Segundo Setubal, para atingir o patamar mais baixo de eficiência, o banco está revendo diversos processos e contratos. Acordos com empresas de call center e de telefonia estão sendo revistos, por exemplo. Na forma de se comunicar com a clientela, o banco também tem buscado meios mais econômicos, como e-mails e mensagens por telefone celular.

Na parte de pacote de serviços com os Correios, por exemplo, a redução de gastos no próximo ano deve ficar em 18%. Para isso, uma das medidas adotadas tem sido agrupar em um só envelope extratos de diferentes produtos.

Setubal explicou que, na fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008, a prioridade foi dada para a manutenção da clientela e ao processo de integração, tarefas que o executivo considera já estarem concluídas, agora. "Não dava para fazer esse tipo de coisa [redução de gastos] sem antes ter a integração do Itaú e do Unibanco completa", disse Setúbal.

Na perspectiva de um cenário externo mais adverso do que o atual, o projeto de eficiência do Itaú ou seria intensificado, já que a receita tenderia a diminuir, ou sua meta seria postergada. Setubal, entretanto, não acredita em um recrudescimento ainda maior da crise europeia. A equipe econômica do banco trabalha com uma projeção de crescimento do PIB brasileiro de 3,5% em 2012. A perspectiva quanto à taxa Selic é de que ela encerre o próximo ano em 9%.

Apesar da piora de perspectiva de crescimento do crédito, o banco vai acelerar a abertura de agências em 2012, para 150 unidades. Neste ano, foram inaugurados 120 pontos. "Não vamos cortar orçamento de expansão. Não faz sentido atingir o índice de eficiência almejado e prejudicar o banco no futuro", explicou.

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