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Previdência Privada: Pequenas e médias empresas no papel de alavanca de crescimento

Fonte: Brasil Econômico

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) está trabalhando no sentido de criar estímulos para que mais companhias pequenas possam aderir

Atrair ou reter talentos, proporcionar um futuro tranquilo a funcionários fieis, facilitar a quebra de vínculo empregatício.

Pequenas e medias empresas, antes fora do mercado de previdência privada em grupo, começam a aderir à modalidade já usada largamente por grandes empresas, principalmente por multinacionais. Apesar de enfrentar algumas barreiras importantes - como o sistema previdenciário brasileiro, que onera a folha de pagamento, e questões tributárias - para os executivos do Bradesco e Santander, esse é o filão do futuro.

"As pequenas e médias empresas são a grande alavanca e motor de crescimento do mercado de previdência nos próximos anos", acredita Lucio Flavio de Oliveira, diretor da Bradesco Vida e Previdência. De janeiro a setembro a participação do Bradesco nesse mercado cresceu nove pontos percentuais, de 48% há um ano para 57% nesses nove meses de 2011, informa. "São produtos de PGBL e VGBL, com pensão e benefícios complementares. O tratamento coletivo deixa o produto mais barato que o individual, para as empresas que oferecem e para os clientes que pagam", afirma. Para ele, esses produtos ajudam a atrair e reter funcionários, e vem se consolidando como ferramenta importantíssima em épocas de escassez de talento, "principalmente em algumas metrópoles em situação de pleno emprego".

As grandes empresas já sabem e agora as outras começam a descobrir também.

Segundo Oliveira, a Bradesco está bem posicionado para aproveitar o potencial desse segmento. "Na média, o mercado deve continuar experimentando um crescimento de 20% ao ano nos próximos anos. Crescemos 30% em receitas em 2011, e contabilizamos hoje quase R$ 100 bilhões em reservas de planos".

Osvaldo do Nascimento, diretor executivo do Itaú Unibanco, lembra, no entanto, que no Brasil, os planos individuais ainda crescem muito mais do que os empresariais.

"Aqui, as empresas são oneradas com encargos sociais, como previdência social e FGTS, que concorrem com a previdência privada", diz. Para que as empresas se interessem mais em oferecer o produto para seus funcionários, o executivo afirma que o sistema previdenciário precisa ser reformado; e que o tratamento tributário deve mudar.

"As empresas menores, que não declaram imposto com base no lucro real, não têm nenhum benefício fiscal em contribuir com planos privados para seus funcionários." Mas ele admite que há, sim, muito potencial para crescimento de planos empresariais no Brasil. E lembra que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) está atualmente trabalhando no sentido de criar estímulos para mais pequenas e médias poderem também oferecer esses planos aos funcionários.

O produto para pequenas empresas do Santander, criado há cerca de três anos e redesenhado recentemente, chama-se Flex Prev empresa. Segundo Richard Seegerer, gerente executivo de produtos de previdência privada (para pessoas físicas e empresas) do Santander, ele é "bastante flexível, de fácil contratação, e - o que é fundamental para o acesso do seu público alvo - está disponível nas agências". É um plano padrão que atende a 95% das necessidades das PME, diz.

"Temos produtos feitos sob medida para grandes empresas, mas esses são mais complexos e caros." O Flex foi feito sob medida para quem tem uma loja, ou padaria, e quer amparar seus funcionários após a aposentadoria.

Segundo o executivo, o plano é uma excelente alternativa para facilitar a quebra do vínculo empregatício sem traumas para nenhuma das partes - nem custos elevados para o empregador. Dependendo da idade do participante, os planos podem começar com preços ao redor de R$ 200 por mês.

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