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Vazamento pode encarecer apólices na área de petróleo

Fonte: Valor Econômico

Por Fernanda Pires

Os prêmios de seguros de riscos ligados à exploração de petróleo devem sofrer aumento por conta do acidente da Chevron na Bacia de Campos, apostam empresas do mercado. "Nos últimos 12 meses, o mercado já vinha num movimento de aumento de preços e redução da oferta de capacidade em decorrência dos acidentes que temos visto", afirma o diretor de óleo e gás da corretora JLT, Adriano Oka. Depois do acidente com a plataforma da British Petroleum, os preços dos seguros de riscos de controle de poço aumentaram em torno de 10% a 15%, estimam empresas ouvidas pelo Valor.

"Um evento desse tipo causa preocupação, não só no mercado brasileiro, porque esse tipo de seguro não é base Brasil, é base mundial", afirma o gerente da divisão de riscos especiais da Liberty Seguros, André Guidetti.

"A maior dificuldade é realmente em relação à capacidade. Os resseguradores acabam reduzindo a oferta financeira para cobrir o risco", afirma Oka. Para ele, o maior reflexo desses acidentes recai sobre as apólices de responsabilidade civil. "Essas estão sofrendo o maior impacto. Tanto em relação ao preço, com margens que variam de 20% a 25%, como em relação à redução de capacidade. Grandes companhias, que antes ofereciam US$ 25 milhões, US$ 30 milhões de capacidade de resseguro, reduzem a oferta em mais de 50%."

Para Angelo Colombo, diretor de grandes riscos da Allianz Seguros, os impactos materiais do acidente na Bacia de Campos foram relativamente poucos se comparados aos do Golfo do México. "Se pensarmos no mercado de riscos ambientais, esse certamente responderá com aumento de preços. Mas ele ainda é incipiente no Brasil, enquanto em outros países, é obrigatório por lei, como na Alemanha e França", afirma.

Atuando na América Latina há 100 anos, a Swiss Re entrou na Superintendência de Seguros Privados com o pedido de licença para ser ressegurador local, anuência que espera ocorrer em abril de 2012. "Especificamente no caso de energia, até 2015, o objetivo é crescer 200% a nossa carteira em volume de prêmios", afirma o diretor de soluções empresariais para o Brasil e o Cone Sul, Fabio Corrias.

As "ótimas perspectivas" do segmento foram o principal motivo para a Fairfax apostar no Brasil. O vice-presidente da unidade, Bruno Camargo, explica a baixa penetração de seguro e a inexistência de catástrofes naturais fazem do "país uma promessa nesse segmento".

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