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As origens no Brasil

Fonte: Revista Veja

As caravelas de Cabral tinham seguro - mas o seguro mesmo, o que a população podia contratar, só chegou com a vinda de dom João VI, em 1808

O terremoto que abalou Lisboa em 1755 pôs abaixo a Casa de Seguros - a instituição oficial do setor em Portugal naquela época. Era uma entidade ligada historicamente à carta régia de 1529, que oficializou o sistema de seguros ali. O sistema já funcionava de maneira mais informal fazia tempos. Tanto que a viagem de Pedro Álvares Cabral, com três caravelas e outras dez embarcações carregando cerca de 1000 homens, tinha a garantia de uma rede de resseguros que, no fim da engrenagem, desembarcava na casa dos Médici, em Florença. O mecanismo, claro, não exibia a sofisticação financeira de hoje. Mas foi um antepassado ilustre dessa longa história.

Três séculos depois da chegada de Cabral, a corte de dom João VI, fugida de Napoleão, entrou, para ficar, no Brasil. Entre muitas outras iniciativas - como a abertura dos portos às nações amigas de Portugal -, dom João elaborou, ainda em 1808, a criação da primeira seguradora aqui: a Companhia Boa Fé. Dois anos depois foi inaugurada outra empresa do ramo no país, desta vez no Rio de Janeiro - a Indemnidade.

As primeiras empresas estrangeiras de seguros vieram a partir da promulgação do Código Comercial de 1850, que estabeleceu uma nova ordem para a atividade. Isso fez com que as organizações do exterior se sentissem confiantes para investir no Brasil. Hoje há inúmeras seguradoras de outros lugares do mundo atuando no mercado brasileiro, e muitas adquiriram companhias nacionais. É um mercado que vem crescendo bastante, e ainda tem muito a crescer. "O brasileiro passou a ter uma renda maior, e com renda maior uma pessoa compra mais bens - e com mais bens ela passa a adquirir mais seguros", afirma o professor de finanças da Universidade Federal do Rio de Janeiro Alexis Cavichini. "É uma evolução natural." O consumo per capita mundial é de 627 dólares - no Brasil, é de 327 dólares

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