Breaking News

Brasil Insurance negocia mais 60 aquisições

Fonte: Brasil Econômico

Consolidadora de corretoras de seguros, empresa já investiu R$ 145 milhões em sete compras neste ano e tem outros R$ 200 milhões para avançar em 2012

Flávia Furlan

A palavra consolidação continuará no vocabulário da Brasil Insurance em 2012, e de forma ainda mais agressiva. A empresa, que tem como modelo de negócio o crescimento a partir da aquisição de corretoras de seguros, tem R$ 200 milhões para aplicar em compras no ano que vem. Se o número pode não parecer muito alto para uma companhia aberta, pode adicionar um número de marcas relevantes à carteira do grupo - só em 2011, as aquisições envolveram R$ 145 milhões para sete corretoras.

Outras duas compras devem ser finalizadas ainda este ano, já em fase de due diligence (auditoria contábil), com investimento adicional de R$ 55 milhões.

Já para os aportes do ano que vem, a companhia mapeou 60 corretoras potenciais e já iniciou negociação. Este universo de empresas soma faturamento da ordem de R$ 660 milhões.

"Crescer baseado em aquisições faz parte do nosso DNA", diz Luis Fischman, diretor financeiro e de relação com investidores da BrInsurance. O código genético foi herdado do fundo de participações em empresas Gulf Investimentos, fundado em 1983 pelo administrador Ney Prado Júnior, que em 2007 criou a Brasil Brokers, empresa de consolidação de corretoras de imóveis e, em 2009, iniciou a estruturação da companhia que seria um aglomerado de intermediários do setor de seguros.

Ambas empresas partiram para a oferta inicial de ações (IPO) e têm papéis negociados em bolsa de valores. "O catalisador do nosso negócio foi o fundo Gulf", diz Fishman. O private equity tem participação de 10,6% na BrInsurance.

A empresa adquire corretores que passam a contar com as suas condições comerciais nas novas apólices vendidas. A comissão média é de 14,8%, percentual que dificilmente uma corretora sozinha e de menor porte conseguiria alcançar. As empresas que fazem parte do grupo,um total de 34 atualmente, são responsáveis pela intermediação de 1,3% do total de prêmios de seguros no Brasil, o que correspondia no terceiro trimestre deste ano a R$ 1,35 bilhão.

A Avon, maior concorrente do setor, tem 1,5% do mercado mas não tem o mesmo modelo de negócio da BrInsurance, que adquire corretoras, mas mantém os empresários tocando seus negócios e fazendo parte da estrutura acionária. Por isso não precisa desembolsar quantias altas nas transações.

"Em 2015 queremos ter o dobro do tamanho em termos de número de corretoras e uma participação de mercado de 2,5%", afirma Fishman.

Para atingir esta meta, a empresa quer contar com o bom momento do setor de seguros, que cresce a uma taxa de dois dígitos anuais. Para se ter uma ideia, em 2010, a quantidade da população brasileira com seguros era de apenas 3,1%, enquanto nos Estados Unidos esse percentual era de 8% e, na África do Sul, de 14,8%. Além disso, joga a favor o fato de a lei 4.594 de 1964 prever a obrigatoriedade da presença de um corretor para o fechamento de uma apólice.

Por ser um segmento pulverizado, o número de aquisições potenciais é extenso. De acordo com a Federação Nacional das Corretoras de Seguros (Fenacor), existem hoje no Brasil 24.190 corretores pessoas jurídicas ativos.

Além da compra de corretoras, a companhia apoia expansão na própria base de clientes.

"Cerca de 90% dos nossos segurados têm apenas um produto", ressalta Fischman. A empresa criou um departamento de venda cruzada no primeiro semestre, que se converteu em 40 oportunidades de negócios e geraram um adicional de cerca de R$ 8 milhões em receita, segundo o executivo. A comissão, neste caso, fica em 70% para a corretora que presta o serviço e em 30% para aquela que indicou o cliente.

De janeiro a setembro deste ano, a empresa fechou com lucro líquido de R$ 91,7 milhões, um crescimento de 80,9% frente ao mesmo período do ano passado.

"É um crescimento sustentável e queremos replicar nos próximos períodos", defende o diretor financeiro. No período, a receita bruta foi de R$ 150,05 milhões, avanço de 30,7% frente ao período de janeiro a setembro de 2010.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario