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Consórcio cresce onde crédito cai

Fonte: Brasil Econômico

Em auto, medidas anunciadas em 2010 para restringir financiamento estimularam a demanda do setor
Medidas que restringiam financiamento de veículo sem entradas, anunciadas em dezembro do ano passado, impulsionaram demanda

As administradoras de consórcio não têm do que reclamar.

Além do avanço expressivo registrado pelo segmento de imóveis nos últimos anos, reflexo da expansão do mercado imobiliário, a demanda por consórcio de automóveis disparou este ano. "A carteira de automóveis, que até o ano passado apresentava crescimento constante, porém tímido, surpreendeu em 2011", destaca William Rachid, superintendente da Porto Seguro Consórcio.

O avanço registrado pela administradora foi da ordem de 60% em relação a 2010, resultado, segundo o executivo, das medidas macroprudenciais anunciadas pelo governo no final do ano passado - entre elas a restrição ao financiamento de veículos sem entrada. "Foi um ano muito positivo para o setor", completa Rachid.

A Porto Seguro também iniciou a formação de grupos que visam a troca do bem. "No Plano Flex, o crédito varia de R$ 15 mil a R$ 30 mil e o prazo máximo é de 48 meses", diz Fabio Braga, diretor comercial da Porto Seguro Consórcio, complementando que cerca de 58% das vendas de cotas de automóveis são voltadas ao produto.

Ainda segundo o executivo, o Plano Flex é voltado para um público com renda mais alta, cujo valor da parcela não compromete o orçamento. "Passado um ano desde o lançamento do plano conseguimos montar 35 grupos.

A cada 15 dias fechamos um grupo", afirma Braga.

"O consumidor está começando a planejar a aquisição de um bem visando o longo prazo", acredita Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac).

De acordo com levantamento da associação, entre janeiro e setembro deste ano, a venda de novas cotas de automóveis atingiu a marca de 1,67 milhão, crescimento de 26,5% ante igual período do ano anterior.

A Bradesco Consórcio também registrou crescimento significativo: de janeiro a novembro, as cotas líquidas (cotas vendidas menos contratos liquidados) cresceram 31% quando comparado a igual período do ano anterior.

"Entregamos 64 mil veículos em 11 meses", lembra Fernando Tenório, diretor da Bradesco Consórcio.
Para o ano que vem, o ritmo de crescimento do segmento de automóveis deve cair, reflexo do afrouxamento das medidas macroprudenciais anunciado pelo Banco Central (BC) recentemente.

Entretanto, tanto Porto Seguro quanto Bradesco preveem expansão superior a 20% em 2012. "O governo retirou as travas para o financiamento de veículos, o que deve normalizar a demanda por consórcio do segmento", acredita Tenório.

Imóveis Outro segmento que puxou a expansão do mercado em 2011 foi o de imóveis. Entre janeiro e setembro deste ano, a Abac registrou alta de mais de 15% em novas adesões se comparado ao mesmo período de 2010. Já o ticket médio das cotas comercializadas cresceu 20% entre janeiro e setembro quando comparado ao ano anterior. "Os dados revelam o interesse crescente do consumidor por imóveis", aponta o presidente executivo da associação.

Ao final de setembro, o sistema contava com 624 mil participantes na carteira de automóveis, 56,3 mil a mais ante o mesmo mês de 2010.

O superintendente da Porto Seguro diz que o avanço do ticket médio em imóveis reflete a expansão do preço do bem por metro quadrado e o crescimento da renda média do trabalhador este ano. "2012 deve manter a tendência de crescimento, porém não no mesmo ritmo apresentado este ano", diz Rachid.

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