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DPVAT bate recorde de indenização a acidentados

Fonte: Gazeta do Povo - PR

Até setembro, país pagou R$ 1,6 bilhão em seguro por morte ou invalidez. Oito entre 10 vítimas são homens. Motos lideram ranking

A violência no trânsito fez o número de indenizações pagas pelo seguro DPVAT até setembro deste ano superar o total de 2010. Foram 256 mil indenizações em nove meses, um recorde se comparado às 252 mil registradas em todo o ano passado. Oito em cada dez benefícios liberados foram direcionados a pessoas do sexo masculino, sobretudo motociclistas. Os dados são da Seguradora Líder, administradora do DPVAT no Brasil.

As indenizações por invalidez permanente (quando a vítima não pode mais voltar às suas atividades normais após o acidente) lideram o ranking de pagamentos em 2011, com 165 mil acidentados beneficiados, média de 18 mil por mês. Houve ainda a liberação de indenizações em casos de morte para famílias de 42 mil vítimas e de reembolso de despesas médicas para 48 mil pessoas. Ao todo, R$ 1,6 bilhão foi pago em indenizações até setembro.

De acordo com a seguradora, 66% das situações indenizadas foram resultado de acidentes envolvendo moto. No caso de invalidez, a motocicleta foi responsável por 72% das indenizações. Proporcionalmente à frota, os acidentes com motos deixam mais vítimas os automóveis representam 61% da frota nacional e as motos, 26,6%.

Os motivos variam tanto pela falta de fiscalização quanto pelo perigo da moto, já que o airbag da motocicleta é o próprio condutor. Uma queda de moto provoca, geralmente, lesões graves, isso quando não é fatal , ressalta o diretor de relações institucionais da Líder, José Márcio Norton.

Por região
O Sudeste concentrou o maior número de indenizações por morte no período, com 38% dos casos, e quase a metade dos casos ocorreu em São Paulo. Em relação ao Brasil, o estado responde por 18% dos acidentes indenizados por morte o mesmo porcentual destinado à Região Sul e também às Regiões Centro-Oeste e Norte juntas.

No Sul, o Paraná lidera o índice de ressarcimentos do DPVAT por óbito, com 41%, o que representa 2.955 benefícios pagos. Já o pagamento por invalidez é maior no Norte do país, com 30% dos casos, seguida pelo Sul, com 29%. A seguradora não divulga o balanço por estado.

De acordo com Norton, outros fatores influenciam no aumento de vítimas no trânsito. Há motoristas que abusam da velocidade e dirigem sob efeito de álcool. Além disso, há a pressão por parte de algumas empresas para que as entregas de motofretes sejam realizadas rapidamente. Isso coloca em risco a vida da pessoa que está trabalhando , afirma.

O presidente da regional Paraná da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Jacks Szymanski, revela que as estatísticas do DPVAT demonstram a onda de violência que toma conta do trânsito. O tráfego está produzindo mais óbitos e mais pessoas com sequelas permanentes. A tendência é piorar cada vez mais com o aumento da frota. Em contrapartida, há pouca fiscalização e baixo investimento em melhorias na estrutura das vias públicas , ressalta.

Cada R$ 1 investido reduz R$ 25 em gastos
A cada R$ 1 aplicado nas estradas brasileiras, melhorando a infraestutura do trânsito, o Estado poderia economizar até R$ 25 em outras áreas, como a saúde pública. O dado faz parte do levantamento da pós-doutoranda Lilian Diesel, que estuda a quantificação por acidentes em rodovias pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Investir em infraestrutura é o caminho para diminuirmos o número de acidentes. Também se deve investir em fiscalização e educação. Se as rodovias tivessem melhores condições, 60% dos casos de colisões e atropelamentos poderiam sumir , ressalta. Poderia até se criar uma faixa exclusiva para motos. Mas outro problema é a falta de educação e conscientização dos condutores. Para minimizar isso é necessário investir em um policiamento ostensivo, que conscientize e penalize quem infringe as leis de trânsito.

O diretor da Seguradora Líder, José Márcio Norton, também acredita na necessidade de implantar políticas públicas para reduzir os acidentes. É necessário investir na conscientização dos motoristas e também em melhorias de tráfego. Deve-se debater com os próprios condutores medidas que possam diminuir a violência no trânsito , diz.

Ele crê que as escolas devem realizar um forte trabalho de segurança no trânsito com as crianças. Infelizmente, os adultos só sentem o problema quando atinge o bolso ou acontece alguma fatalidade , diz Norton.

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