SulAmérica cria PGBL com foco em ações de dividendos

Fonte: Valor Econômico

Portifólio em parceria com a Geração poderá aplicar até 49% em renda variável e terá como alvo empresas que mais distribuem lucros.

Por Silvia Rosa, de São Paulo

Buscando unir uma gestão ativa com suas redes de distribuidores, as seguradoras estão firmando parcerias com gestoras independentes. A SulAmérica Investimentos, por exemplo, acaba de lançar o plano Geração Futuro Programado 49 Previdência, na modalidade Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL).

A parte de renda variável, que poderá atingir até 49% da nova carteira, será gerida pela Geração Futuro. Os 51% restantes continuarão sob responsabilidade da SulAmérica, que os aplicará em cotas de uma carteira de renda fixa da seguradora.

A alocação em ações seguirá a mesma estratégia fundamentalista adotada pelo fundo Geração Futuro Dividendos. "A expectativa é conseguir atrair para essa carteira pelo menos 30% dos nossos clientes", afirma Amilton Bardelotti, sócio da Geração Futuro, que tem mais de R$ 6,5 bilhões sob gestão e 50 mil clientes.

Essa é primeira parceria da SulAmérica para gestão compartilhada de carteira no segmento de renda variável. A companhia, que tem R$ 20 bilhões sob gestão, possui acordos para distribuição com 38 instituições financeiras, sendo que três envolvem a gestão conjunta de portfólios de renda fixa.

A relação entre as instituições começou no início do ano, quando a corretora Geração Futuro passou a distribuir três carteiras de renda fixa da SulAmérica. "A gestão compartilhada das carteiras das seguradoras com as assets independentes é uma tendência", diz Marcelo Mello, vice-presidente da SulAmérica.

O fundo de dividendos da Geração tem como foco a aplicação em ações de empresas que pagam bons dividendos, selecionadas por meio da análise fundamentalista. Lançada em junho de 2010, a carteira, que conta com R$ 100 milhões de patrimônio, acumulava no ano, até 5 de dezembro, queda de 0,78%, comparada a uma perda de 15% do Ibovespa. "O fundo procura investir em empresas que pagam um 'dividend yield' (relação entre o dividendo distribuído por ação e o preço do papel na bolsa) de no mínimo 9% ao ano", diz Bardelotti, da Geração.

A vantagem para os investidores é que o fundo de previdência oferece um custo mais competitivo que as demais carteiras das gestora. A aplicação mínima do plano de previdência da Geração em parceria com a SulAmérica é de R$ 100 e a taxa de administração é de 1,75% ao ano, e não há cobrança de taxa de carregamento, enquanto o aporte inicial no Geração Futuro Dividendos é de R$ 5 mil. "Já vemos um movimento de queda das taxas de administração dos fundos das seguradoras independentes e isso deve começar a ser verificado também nos bancos de varejo", destaca Mello, da SulAmérica.