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Com chuvas, seguradoras têm aumento de 30% nos sinistros

Fonte: DCI Online

São Paulo - Durante a temporada de chuvas, entre novembro e março, as seguradoras enfrentam todos os anos um aumento de aproximadamente 30% nos sinistros pagos aos proprietários de veículos, indica a Porto Seguro. Outro segmento afetado pela temporada de chuvas é o rural, já no residencial o prejuízo não é alto, já que a cobertura raramente é realizada. Diante de eventos inevitáveis, as seguradoras investem em estudos para identificar os locais afetados e realizam investimentos, tanto em equipe como produtos.

Ao final de 2011, o setor de seguros gerais, ou seguros de danos, como também são denominados, cresceu cerca de 13%, projeta a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). Com 50% do total, as apólices de veículos tiveram expansão de 8%. O diretor executivo da FenSeg, Neival Freitas, detalha que o maior impacto durante o período de chuvas ocorre neste segmento. "Praticamente todos os proprietários têm a cobertura por alagamentos, deslizamento de terra, queda de árvore, entre outras. Isto porque está inclusa na apólice compreensiva (incêndio, colisão, roubo e alagamento), que é aplicada em 95% dos seguros".

Dessa forma, o diretor diz que a elevação de sinistros é inevitável nessa época do ano. "Tradicionalmente a cidade de São Paulo concentra a maior quantidade de veículos e, por isso, os pagamentos são maiores".

A análise, segundo Freitas, é realizada caso a caso. "A Susep determina que se o valor do conserto ultrapassar 70% do valor do veículo, a perda é total".

O diretor de automóveis da Porto Seguro, Marcelo Sebastião, confirma que há um perito para a análise, mas ressalta que a cobertura é realizada somente para submersão total ou parcial em água doce. "Se o painel ou parte elétrica do motor e embarcadas são afetadas, é perda total. Mas se o alagamento atingiu tapete ou estofamento, ainda recupera".

No caso da Porto Seguro, Sebastião confirma que há alta de 30% dos sinistros, mas como já existe a previsibilidade, os valores são diluídos durante o ano.

A prevenção, conta o diretor, ocorre no monitoramento. "A própria equipe de sinistro e resgate acompanha de novembro até abril as ocorrências. Há ainda a preparação de encaminhar os veículos aos locais onde há o aumento de chuvas e enchentes, além de deixar o sistema focado para receber ligações deste tipo".

Sebastião conta que recentemente a Porto Seguro investiu na compra de um veículo especial para retirar automóveis soterrados ou submersos. "Como se fosse uma empilhadeira e testamos na época das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro [em janeiro de 2011], onde funcionou muito bem", diz o diretor, que acrescenta: "Realizamos investimentos deste o serviço mais rápido e eficaz, até preparação da frota para socorro em regiões alagadas e evitar saques e roubos".

Questionado sobre o impacto na receita da seguradora, já que o foco está no seguro de automóveis, o diretor afirma que a Porto Seguro está mais diversificada. "O automóvel foi 95% e agora está em 65% do total. Temos hoje mais de 30 produtos e diversificamos bastante para não deixar o automóvel só como principal produto", finaliza Marcelo Sebastião.

O diretor-comercial da Seguralta Corretora de Seguros, Nilton Pereira Dias, confirma a alta dos sinistros de até 30% nessa época do ano, mas acrescenta que além das enchentes há as colisões por conta de pista escorregadia, chuvas de granizo e vendavais. "A seguradora não consegue se preparar, mas no momento do cálculo atuarial considera todas as possibilidades e define o preço final de acordo com a região ou bairro".

No caso da cobertura residencial em casos de enchentes e desabamentos, Dias explica que dificilmente é realizada. "Quem mora em local sem risco, não tem necessidade de compra da cobertura. Mas quem mora não consegue, porque a seguradora não aceita por conta do alto risco".

Para 2012, o diretor conta que a perspectiva é alta, com projeção de dobrar o faturamento, de R$ 50 milhões em 2011, e a rede de franquias para 400 unidades.

Seguro Rural

O diretor-executivo da FenSeg, Neival Freitas, acrescenta que além do ramo de automóveis o seguro rural enfrenta alta dos sinistros. "O Sudeste sofre com enchente, vendaval e granizo. Já a Região Sul tem as lavouras prejudicadas pela seca".

O seguro permite que o produtor recupere o capital investido e o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) oferece auxílio financeiro que reduz os custos de contratação. "Está em discussão ainda o Fundo para Catástrofes", encerra Freitas.

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